No domingo (25), o Chile deixou para trás a pior herança do regime militar de Augusto Pinochet: a Constituição vigente que remonta a 1980. Em plebiscito com participação massiva e mais de 78% de aprovação, os cidadãos aceitaram o caminho constituinte.
O estouro social chileno começou em outubro de 2019 contra o governo autoritário de Sebastián Piñera e a situação só se agravou com a chegada do coronavírus. Em maio, publicamos inclusive denúncias e o lançamento da campanha “Liberdade já aos presos políticos chilenos!” (http://sindipetro.org.br/?s=chile)
Maior papel do Estado
Mesmo tendo sido modificada ao longo das décadas, a Constituição atual ainda carrega mecanismos que podem impedir decisões populares e a reforma constitucional acabou unificando lutas e ganhou as ruas chilenas como principal bandeira de manifestações.
Pinochet privatizou a energia elétrica e o fornecimento de água. Os chilenos não querem mais o Estado subsidiário que não oferece diretamente benefícios como saúde, educação e previdência social.
Fora, Guedes!
Guedes foi recrutado pelo Chile por Jorge Selume, ex-diretor de Orçamento do regime de Pinochet. Ao escolhê-lo para o ministério da Economia, Bolsonaro trouxe para o Brasil um modelo falido. Ainda na campanha eleitoral de Bolsonaro, Guedes já dizia que faria no Brasil o que foi feito no Chile de Pinochet. Neste pacote, ele traz a lista de privatizações das estatais e as reformas trabalhista, da previdência e agora administrativa que inclui alteração na Constituição Federal Brasileira para transformar o Estado brasileiro em Estado mínimo.
Enquanto o Chile vira uma importante página da história, o Brasil não pode retroceder.
O Sindipetro-RJ convoca todos às atividades do dia 28/10 – Dia Nacional de Luta Contra a Reforma Administrativa e Privatizações.