O atual cenário de ‘salve-se quem puder’ e de punições aos trabalhadores já se estabeleceu na gestão do Centro Nacional de Controle e Logística (CNCL). Com a preocupação de serem cobrados por aquilo que deveriam fazer (ou seja, gerir a força de trabalho com responsabilidade, minimizando condições que possam levar a grandes impactos internos ou externos), partiram para a responsabilização dos técnicos de operação pelas consequências da má administração. Agora, mais do que nunca, vale a máxima: “a culpa é sempre do operador”.
Após dois eventos operacionais, técnicos de operação foram punidos enquanto os coordenadores de turno (COTUR) em nada foram responsabilizados pelos gerentes. Porém, se os COTUR não são responsáveis por eventos, que geram punições para os técnicos de operação (como afastamento da operação, do turno ou até mesmo transferência de base), é sinal de que atuam apenas como capatazes.
Perdeu-se assim a figura da supervisão operacional e ganhou-se em troca alguém que aponta sempre para uma possível falha humana da operação no conjunto de fatores que podem levar a acidentes ou incidentes. Ou seja, coordenadores de turno foram transformados em algozes para desempenhar função opressora e punitiva na atual conjuntura de injusta redução de efetivo.
No CNCL-Gás, onde várias pendências no sistema de monitoramento têm dificultado o trabalho dos técnicos de operação, com forte impacto sobre os grandes consumidores em caso de falha no transporte de gás, já foi criado até o “console do martírio”. Ali são colocados para operar apenas os técnicos que a gerência deseja punir.
Os técnicos que lutam por melhorias no local de trabalho são vistos como reveladores das falhas de gestão, ao invés de serem incentivados e ouvidos. Em nenhum momento é implementado um plano de ação para sanar os problemas existentes ou reduzir possibilidades de falhas.
A “solução” adotada pela inteligente gestão é transformar um posto de trabalho numa ferramenta de perseguição. Portanto, melhorias são prontamente rejeitadas e malvistas.
Para o Sindipetro-RJ, as punições e perseguições aos trabalhadores têm sido intensificadas pela Transpetro como parte de uma política de redução de efetivos e de mudanças operacionais que resultam no aumento da carga de trabalho. Em outubro e novembro, o Sindipetro-RJ já havia enviado ofícios à Transpetro questionando tais mudanças, como as migrações e reduções de consoles. Outro questionamento foi quanto ao Sistema de Consequências atualmente vigente na empresa, por meio do qual a Transpetro quer impedir que os trabalhadores atingidos por demissões recebam o necessário suporte do sindicato ou questionem as razões das dispensas.
Mais uma vez fica evidente que a verdadeira causa dos problemas do CNCL tem suas raízes na incompetência gerencial.
Um simples exercício de autocrítica mostraria o óbvio: a culpa é da gestão!
Veja nos links abaixo as cartas enviadas à Transpetro: