Gerar evidências é muito importante. Depois essas evidências poderão ser analisadas e saberemos se é uma prática que se insere no poder diretivo do empregador, por mais questionável que seja, ou se é uma prática assediadora ou de outra natureza.
GRAVE – Gravações de conversas e reuniões com as pessoas que adotam essas práticas e com os colegas de trabalho que as presenciam são essenciais e, saiba, podem futuramente ser utilizadas como provas do assédio moral, mesmo que obtidas sem o conhecimento dos interlocutores, desde que você seja um destes interlocutores.
REGISTRE POR ESCRITO – Faça anotações precisas (datas, horários, locais) nos quais estas situações ocorreram, como foram sentidas por você, identifique as pessoas que estavam presentes e a reação dessas pessoas.
SELECIONE E GUARDE OS ELEMENTOS QUE DEMONSTRAM O QUE VOCÊ ESTÁ VIVENCIANDO – Emails, conversas de whatsapp, DIPs (Documentos Internos Petrobrás), são os exemplos mais comuns.
PROCURE PESSOAS DE SUA CONFIANÇA E RELATE O QUE ESTÁ VIVENCIANDO. Isso é essencial, pois essas pessoas poderão lhe dar apoio e suporte emocional, elementos de grande valia para mantê-lo (a) o mais saudável possível nesse processo extremamente desgastante. Dentre essas pessoas de sua confiança, inclua um (a) profissional que possa analisar se a situação vivenciada se configura como uma prática de assédio moral ou qualquer outra prática igualmente lesiva ao trabalhador.
É neste momento que o Sindipetro-RJ pode e quer ser bastante útil a você. Procure um (a) de nossos diretores (as) ou procure o nosso departamento jurídico, ouviremos seu relato e poderemos te orientar na coleta de provas, nas ações judiciais ou administrativas que podem ser adotadas, na intermediação junto à companhia, dentre outros. E, quando necessário, fazemos um atendimento conjunto com nosso departamento médico, de modo que todas as consequências do assédio sejam tratadas, sendo certo que nossa atuação sempre respeitará sua disponibilidade para tratamento e enfrentamento do tema.
DÊ VISIBILIDADE AO QUE ESTÁ VIVENCIANDO, pois essa é uma maneira de fazer com que os assediadores, seus colegas de trabalho e a própria companhia tenham ciência do que está acontecendo e, conscientemente, decidam se serão omissos no processo de assédio que está sendo imposto. Esta visibilidade pode ser dada através de comunicados formais (ex.: e-mails) aos assediadores, através da Ouvidoria da empresa, serviço médico e social.
Seja cauteloso (a), grave e registre tudo, inclusive os atendimentos. Uma das molas propulsoras do assédio moral e de outras práticas ilegais é o silêncio dos trabalhadores, quanto mais estes silenciam, mais os assediadores – individuais e coletivos – atuam, sobretudo porque mais distantes ficam de ações que os responsabilizem por seus atos.
Assim, dar visibilidade ao que ocorre , rompe-se o silêncio, se estabelece uma nova correlação de forças entre vítima e assediador e aumentam-se as possibilidades destes serem responsabilizados por seus atos. Essas são, por assim dizer, as primeiras medidas.
Este é apenas um primeiro passo para lançarmos nosso olhar sobre esta prática no Sistema Petrobrás e, juntos, avançarmos no debate, conscientização e luta contra o assédio moral.
Versão do impresso Boletim Especial Assédio Moral