Desde o início da pandemia no Brasil, inúmeros profissionais e especialistas têm alertado sobre os riscos de colapso no Sistema Único de Saúde (SUS). A avalanche de novos casos neste janeiro e a chegada da nova cepa do coronavírus reforçam a preocupação.
O Comitê de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) informa que a pandemia permanece como emergência de saúde pública de importância internacional e recomendou intensificar as pesquisas relacionadas às novas variantes do coronavírus e abordagens de teste e quarentena para viagens internacionais.
Principal culpado é o desgoverno federal
O presidente não é omisso. Ele desinforma o povo e o incentiva à contaminação, fazendo propaganda contra o uso da máscara e do distanciamento social, além de ter demitido os ministros da saúde que discordaram dele. Hoje, mantém um general irresponsável no cargo, que na guerra contra a COVID-19 trata o povo brasileiro como inimigo.
Manaus precisava do lockdown
Nos últimos dias de 2020, seguidores de Bolsonaro, orientados por um grupo que vem trabalhando nas redes desde a campanha eleitoral, vibraram com o resultado de uma passeata que bolsonaristas promoveram em Manaus contra o fechamento do comércio quando o governador do Amazonas desistiu de decreto de lockdown na cidade.
As consequências mostraram-se rapidamente neste estado de calamidade em que se encontra o Amazonas hoje.
Desigualdade social tira vidas
O sufoco em Manaus escancarou a dependência da população mais vulnerável do funcionamento da rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Enquanto os que dependiam do atendimento hospitalar público morreram por falta de oxigênio, empresas vendiam pela internet cilindros e estrutura médica completa para “o tratamento da COVID-19 no conforto do seu lar”.
Fiocruz segue alertando governantes
Depois que cientistas da Fundação Oswaldo Cruz identificaram a variante inédita do coronavírus compatível com a dos quatro turistas brasileiros que estiveram no Amazonas e testaram positivo para a COVID-19 ao desembarcarem em Tóquio, esperava-se que um novo planejamento mais rigoroso de isolamento social fosse colocado em prática.
Para o epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz, “além das mortes – as que já aconteceram e as que ainda devem acontecer, a pior consequência é a possibilidade de disseminar essa nova cepa Brasil afora, porque junto com os pacientes de Manaus, estamos mandando a nova cepa para outros estados”.
Frente ao descaso dos governantes que nada fazem contra o desrespeito ao isolamento social e ao uso de máscaras, Orellana conclui: “vamos ver a bomba estourar daqui uns 15 dias”.