Com a privatização das refinarias Brasilcom teme que sejam criados monopólios regionais que podem causar impactos no preço final ao consumidor
A Associação dos Distribuidores de Combustíveis – Brasilcom, representante de 46 distribuidoras de combustíveis, encaminhou no último dia 28/12, uma proposta ao Comitê Administrativo de Defesa Econômica – Cade, para a suspensão temporária do plano de vendas das refinarias da Petrobrás, pedindo regras transitórias para a retomada do processo.
O pedido é embasado por um estudo contratado, junto ao Depto. de Engenharia Industrial da PUC-RJ, para entender os impactos do desinvestimento de parcela significativa das refinarias da Petrobrás.
Verticalização predatória
O relatório identificou “riscos à concorrência, com o surgimento de regiões onde o refinador poderá, através de distribuidora de sua propriedade ou contratada, possuir um amplo domínio de mercado que tornará inviável a existência de empresas regionais, pois estas poderão ser submetidas a condições de compra em modalidades e preços que inviabilizem a concorrência, através da verticalização predatória e consequente formação de monopólios regionais e que resultem, como sempre nestes casos, em impactos negativos aos consumidores finais” – resume o estudo.
As refinarias citadas no levantamento são: REFAP/RS, REPAR/PR, REGAP/MG, RLAM/BA, RNEST/PE e REMAN/AM.
Assim, o estudo da PUC-RJ joga por terra a tese de que a venda das refinarias vai provocar desconcentração do mercado de combustíveis, possibilitando a tão propalada e falsa “livre concorrência”.
Classificados do Castello
Conforme publicado em recente matéria do Sindipetro-RJ , a hierarquia bolsonarista da Petrobrás só em 2020 lançou 33 teasers – prévias usadas no mercado para chamar a atenção dos investidores para ativos da Petrobrás. Em amplo programa de privatização, estão incluídos campos de petróleo, ao contrário do que Roberto Castello Branco afirma em videoconferências de que as vendas são para que a empresa passe a se concentrar na exploração de petróleo.
