Decorridos mais de 3 meses de denúncia de assédio sexual, estupro, injúria racial e ameaças dentro das instalações da empresa feita por 4 funcionárias terceirizadas, a gestão da Petrobrás silencia e não dá satisfação alguma às vitimas, às testemunhas ou ao Sindicato
Em resposta ao ofício enviado pelo Sindicato, a resposta da gestão da Petrobrás é de que está sendo apurado e que nada podem informar a fim de “proteger os denunciantes e preservar todos os envolvidos, o tratamento das denúncias, desde o seu recebimento até eventuais sanções, ocorre de forma confidencial”. Desta forma, a Gestão não responde ao Sindicato, mas também não dá qualquer satisfação às vítimas que seguem amedrontadas em seu ambiente de trabalho.
O que está sendo feito para a proteção das denunciantes? E para aumentar a segurança nas unidades da Petrobrás para as mulheres? E para fazer essa discussão junto aos petroleiros e petroleiras? E em relação ao acusado, o que está sendo feito?
Nesse ínterim, tomamos conhecimento de ameaça feita pelo acusado a outro colega, empregado próprio, que está apoiando as vítimas. E aí? O que a gestão está fazendo?
O acusado circula normalmente nas instalações enquanto as mulheres trabalham com medo tendo uma delas pedido demissão por não suportar conviver com essa situação.
Não é demais ressaltar quem são as as vítimas dessa violência: mulheres, negras e terceirizadas! Ou seja, uma violência permeada por machismo, racismo e vulnerabilidade do vínculo dessas trabalhadoras.
Até quando a gestão da Petrobrás seguirá tratando esses temas apenas em escassas palestras? Até quando esses temas seguirão sendo subalternizados enquanto essa realidade grita? Até quando a gestão da Petrobrás seguirá sem ações práticas para combater o assédio sexual, o machismo, o racismo? E até quando manterão esse nível de precarização dos trabalhadores terceirizados e vulnerabilidade desses vínculos?
Será que a gestão da Petrobrás tem real interesse em tratar desse caso e dessas questões considerando os posicionamentos do atual presidente da República que trata a maior parte desses temas como mimimi?
O Sindipetro/RJ exige:
– celeridade da gestão na apuração do caso e as medidas cabíveis;
– imediata comunicação às vítimas sobre a apuração;
– um plano de ação com ações para combate ao assédio e à violência sexual na Petrobrás;
– medidas de proteção às vítimas;
– o aumento da segurança para as mulheres nas unidades da Petrobrás e, de imediato, na unidade em questão;
– garantia de emprego para as vítimas;
– recontratação, em outra unidade, da companheira que se demitiu em função do ocorrido.