A eleição pra representante dos empregados no Conselho de Administração (CA) da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil (TBG) está no segundo turno. A votação deste segundo turno será da 0h do dia 22 de março até as 23h59min do dia 26 de março (considerando o horário de Brasília). Fabíola de Vasconcelos Matos e Marcos Rodrigues Fernandes disputam a vaga. Fabíola trabalha na sede da TBG, no Rio de Janeiro, atuando em gestão de compras e contratação, entre outras atividades, e tem compromisso com os 10 pontos apresentados pelo Sindipetro-RJ; Marcos trabalha na área de inspeção de equipamentos no estado de São Paulo.
No primeiro turno, o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) convidou os candidatos que não estivessem na hierarquia da empresa a assinar um documento com 10 pontos que a agremiação considera importantes pruma atuação no CA que seja minimamente condizente com o papel de representante dos empregados. Na ocasião, duas candidaturas assumiram o compromisso com esses 10 pontos: a do Paulo Sérgio Ladeira e a da Fabíola Matos. Nenhum outro candidato se pronunciou. Ela é, portanto, a única candidata neste segundo turno a ter se comprometido com esses 10 pontos, que estão a seguir:
1) Retirada da TBG (e da TSB) do rol de privatizações;
2) Desprivatização da lógica de funcionamento da TBG e aplicação de uma lógica pública na gestão da empresa;
3) Valorização dos trabalhadores;
4) Fim da venda de ativos na Petrobrás controladora;
5) Retomada de ativos privatizados;
6) Desprivatização da lógica de funcionamento da Petrobrás controladora;
7) Uma Petrobrás como empresa integrada de energia, com a TBG nesse contexto;
8) Democratização da TBG, da Petrobrás controladora e dos respectivos CAs;
9) Manter o Sindicato e a categoria informados sobre os trabalhos no CA, buscando ampliar a medida do possível; e
10) A TBG e o conjunto do Sistema Petrobrás devem estar a serviço de um projeto de soberania popular energética.
O Sindicato considera o CA no mínimo pouco democrático, entre diversos outros motivos porque apenas um de seus integrantes é escolhido pelos empregados e os demais, muitas vezes, tanto os “independentes” como os apresentados pelos acionistas controladores (no caso, a Petrobras controladora e o Estado brasileiro, controlador principal da Petrobras controladora, do ponto de vista oficial) são, na prática, ainda que de modo mais ou menos disfarçado, prepostos de grandes agentes privados e privatizantes. Às vezes, esses interesses capturam até mesmo alguns conselheiros eleitos pelos empregados. Na Petrobrás controladora, um caso emblemático foi o da Betânia (que compunha chapa com o Bonolo). O sindicato considera que o realmente estratégico é a organização e a luta autônomas dos trabalhadores. Podemos considerar que a eleição pra representante dos empregados no CA se situa no campo tático. Nesse quadro, o sindicato considera importante que quem for representante dos empregados esteja o máximo possível comprometido com uma lógica anti-privatista e pública, a serviço de um projeto de empresa que seja estratégico pro povo trabalhador brasileiro. Ainda mais num contexto em que a TBG ainda não foi retirada do rol de privatizações, por mais que (em tese) todas as vendas de ativos do Sistema Petrobras em curso estejam sendo analisadas durante 90 dias, a pedido do Ministério de Minas e Energia. Os agentes privados e privatizantes já têm pressionado muito pra que a TBG e os demais ativos continuem sendo vendidos. É indispensável, portanto, mantermos a pressão contrária, pra que a venda de ativos pare definitivamente e de forma oficial, e pra que os ativos privatizados sejam retomados.
O Sindicato considera fundamental também que nenhum dos integrantes do CA seja privatista, nem abertamente nem de modo dissimulado ou conivente. É tarefa também da pessoa que for eleita como representante dos empregados no CA lutar por isso.