Apesar da estratégia assediadora da empresa que pressionou o voto nas assembleias, a categoria aprovou, nacionalmente, a greve petroleira e por ampla maioria rejeitou a proposta do TST seguindo o indicativo das federações
Primeiro, é fundamental deixar claro que não permitiremos que usem a base do Sindipetro-RJ como instrumento contra a luta dos petroleiros. Não aceitamos esse jogo de emparedamento aplicado pela direção da Petrobrás que coloca gerente, que tem tabela de remuneração apartada da categoria, para votar acordo com retirada de direito dos trabalhadores.
Segundo que, para o momento, estamos dando um passo de cada vez e com o cuidado necessário, visando defender todo o nosso ACT, nos apoiando em nossa liminar e no quadro nacional para seguir rumo à greve e, definitivamente, defender nossos empregos, direitos e lutar contra a destruição da Petrobrás!
Assembleias na base do RJ:
Resposta ao TST
O Sindipetro-RJ encaminhou nesta terça (22) duas petições ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), pontuando uma série de incongruências e intervenções por parte da direção da Petrobrás, a qual buscou dirigir a decisão dos trabalhadores nas assembleias, impedindo, de fato, a livre opinião por coerção direta e ou psicológica. A gestão da empresa também buscou jogar a categoria da base do RJ contra seu sindicato, pressionando pela assinatura, evitando o fato da aprovação da greve e até provocando processos, por parte de petroleiros, contra a entidade. (Confira as petições em http://bit.ly/Peticao01 e http://bit.ly/Peticao02)
Leia também: http://bit.ly/assemb1
Notadamente, nas assembleias centralizadas realizadas na Fundição Progresso e Centro de Convenções Sul América, respectivamente nos dias 16 e 17 de outubro, a pressão pela aceitação da proposta e rejeição da greve se estendia através da presença e vigilância por parte de um expressivo e atípico número de gerentes de média e alta hierarquia. Pela apuração parcial, que questionamos junto ao TST, temos verificado distorções através do trabalho de uma força tarefa de nossos funcionários. Tivemos 9.426 votantes e uma diferença de apenas 165 votos em relação à aceitação da proposta de ACT. Por outro lado, foi referendada diretamente a Greve Nacional Petroleira.
Garantia de direitos históricos
Outro fato importante foi lembrado nas petições do Sindipetro-RJ: no dia 4 de outubro obtivemos uma liminar que garante a permanência de direitos históricos para a categoria petroleira conforme previstos e garantidos em normas internas da própria empresa. Segue a proteção da liminar e já está agendado o julgamento do mérito da ação para o dia 20 de fevereiro de 2020.
Cabe ressaltar que se foi alcançado algum grau de democracia neste processo, foi graças ao hercúleo esforço político, organizativo e financeiro da direção do Sindipetro-RJ, que propiciou um ambiente em que fosse possível aprofundar minimamente o debate com os colegas, rompendo a bolha da contra-informação imposta pelos gestores. A vitória desta política se expressou na pequena margem dos votos contabilizados entre a aprovação e a rejeição da proposta.
Greve petroleira
É preciso reforçar que os empregos e direitos da ca-tegoria petroleira, o atual papel e a existência da própria Petrobrás estão em jogo diante do maior ataque de nossa história. Se não lutarmos agora não haverá outro momento para reverter isso!
Durante toda a mediação do ACT, iniciada a pedido da própria empresa, a negociação sempre se deu em âmbito nacional e por isso entendemos que a contabilização dos resultados das assembleias seja dado nesta mesma perspectiva em coerência à sistemática do processo. A greve é nacional e estaremos junto com nossos colegas de todo o país!
A proposta de ACT foi rejeitada e a greve aprovada na maioria de nossas assembleias: CENPES, EDIHB, EDI-CIN, TABG, TEBIG, UTE-BLS/BF, COMPERJ, P-74, P-75, P-76, P-77. Foi clara a interferência da empresa, não só através do assédio, contrainformação e terrorismo, mas dos milhares de “votos de cabresto” somados àqueles que realmente desejavam aceitar a proposta, mas por medo da imposição da CLT, outro engodo do jogo desleal que a direção da empresa vem fazendo.
Em comunicado também enviado nesta terça-feira (22), as federações petroleiras, FNP e FUP, informaram oficialmente à Petrobrás o início da Greve Nacional Petroleira para dia 26/10, a partir da zero hora (00h). O início é previsto para esta data em função da necessária antecedência que o momento da comunicação oficial exige.
O Sindipetro-RJ, no momento, não deve se somar à greve já no dia 26, mas estará em organização e mobilização para avançar nesse sentido.
Enquanto fechávamos esta edição, recebemos o despacho do TST (confira aqui http://bit.ly/pmpp23 ). Seguimos nos reunindo com nossa assessoria e faremos uma reunião da direção no dia de hoje. Posteriormente, atualizaremos a categoria sobre os próximos passos.