Embarcados vivem estresse em confinamento em hotel à espera dos testes de COVID

É de profundo desconforto e estresse a situação vivida pelos petroleiros que aguardam por embarque no aeroporto de Jacarepaguá com destino às plataformas do campo de Búzios da Petrobrás. Em média, esses trabalhadores têm ficado 3 dias confinados em hotel, em completo isolamento, aguardando o resultado dos exames de COVID a que são submetidos quando chegam ao hotel. A situação é ainda mais desconfortável para os petroleiros de regiões mais distantes, que gastam um dia a mais para chegar ao hotel, o que, somando-se aos 3 dias seguintes de confinamento, significam 4 dias no hotel. A pergunta é: com os resultados dos testes disponibilizados entre 24 a 48h, é mesmo necessário um confinamento de 3 a 4 dias para esses trabalhadores?

Além do confinamento que os obriga a ficar dias sem ver a luz do sol, os petroleiros reclamam que, no hotel onde atualmente ficam hospedados (Courtyard Marriot), não são fornecidos os kits de prevenção à COVID (máscaras, luvas e álcool em gel). Outra reclamação é quanto ao fornecimento de alimentação. Na maioria das vezes — dizem os trabalhadores —, não há horário certo para a comida chegar e também não há opções de cardápio. Como a quantidade é por porção e não podem pedir refeição por aplicativo, às vezes ficam com fome.

Críticas aos apontamentos de frequência

Outro comportamento dos gestores da empresa que causa indignação é a forma como têm sido feitos os apontamentos de frequência no hotel, considerando o dia como em regime administrativo (apontamento 0,4 em vez de 1,5). É que, antes de os trabalhadores serem submetidos aos chamados testes rápidos de COVID, a gestão da Petrobrás os deixava 7 dias em hotel (quarentena). Após reclamação dos petroleiros, a empresa determinou que a quarentena de 7 dias (antes feita em hotel) passasse a ser feita pelos petroleiros em casa. O Sindipetro-RJ ingressou na Justiça para cobrar da empresa pagamento das horas extras da pandemia, que inclui a crítica ao apontamento no hotel. O Sindicato já obteve liminar na Justiça, entretanto, como na época do pedido de liminar os petroleiros já não ficavam mais os 7 dias de quarentena em hotel, esse ponto foi retirado por ser um passivo e não mais efeito imediato, o que fragilizava o pleito da nossa entidade. Agora, como a empresa voltou a exigir o confinamento em hotel no pré-embarque, o Jurídico vai informar sobre isto na ação.

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