FNP/Sindipetro-RJ participou do Encontro, na França, que aprovou Moção em defesa da Petrobrás e dos empregados próprios e terceirizados
A Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas foi criada em 2013 por dezenas de organizações sindicais da América, África, Ásia e Europa, quando cerca de 200 participantes se reuniram na França representando pelo menos 22 países quando a delegação brasileira foi composta por 45 delegados.
Neste ano, o 4º Encontro da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas (RSISL) realizado entre os dias 21 e 24/04, em Dijon, na França, recebeu 168 participantes de 39 organizações, entre elas a FNP.
O diretor da FNP e do Sindipetro-RJ, Eduardo Henrique (foto) foi um dos delegados que representou o Brasil no Encontro atuando principalmente no Grupo de Trabalho Industrial que reuniu petroleiros, metalúrgicos e químicos entre outros trabalhadores de diferentes setores.
Xenofobia, não!
Logo no início do Encontro, houve protestos. As delegações do Sudão, Marrocos, Paquistão, Índia, Mali e Sahara Ocidental foram barradas na fronteira, porque a França recusou seus vistos, impedindo a entrada de 52 delegados. Em moção aprovada na plenária final houve denúncia oficial expressando solidariedade sindical internacionalista.
Debate profundo e enriquecedor
Após abertura com balanço do trabalho realizado pela RSISL, houve importantes discussões setoriais. Na programação, os temas abordados mergulharam nas questões conjunturais que envolvem as relações trabalhistas no planeta. Não faltaram, por exemplo, o urgente debate sobre os problemas que afetam o planeta e as novas formas de exploração trazidas pela pandemia em oficinas temáticas: Mulheres; Autogestão e controle operário; Racismo e colonialismo; Imigrantes; Saúde do trabalhador; e Meio ambiente.
Unidade e enfrentamento internacionalista
Refletindo a representação mundial de trabalhadores, o Encontro gerou relatórios e moções que foram aprovados, após pedidos de alterações e adendos, na plenária final.
Moção contra a privatização da Petrobrás e o PPI
Com 43 páginas, o caderno de moções aprovadas no Encontro reúne lutas que estão na ordem do dia como antifascismo e antirrepressão; parar a guerra de Putin na Ucrânia; combater a militarização e impor o desarmamento; garantir terra e moradia para os trabalhadores. Ainda foram aprovadas moções específicas de lutas em curso nos países participantes.
Do Brasil, houve destaque para a luta histórica dos metalúrgicos da Avibras que conseguiram reverter 420 demissões, após mobilizações e greves lideradas pelo sindicato filiado à CSP-Conlutas; apoio à luta dos operários da CSN; solidariedade à greve dos professores do município de São Luís (MA); contra a privatização do Hospital de Reabilitação de Anomalias Crânio Faciais da USP; e conservar e demarcar terras aos povos indígenas.
Na página 23 do caderno de moções, está a de defesa da Petrobrás sob controle dos trabalhadores, a recuperação dos direitos trabalhistas e o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI). A moção denuncia que a maior estatal brasileira vem sofrendo ataques destruidores com a venda de ativos desde o governo do PT, ganhando força no atual governo de extrema direita de Jair Bolsonaro; e expõe as condições dos petroleiros – empregados próprios e terceirizados da empresa – que têm tido seus direitos cada vez mais reduzidos.
O documento também denuncia a absurda distribuição bilionária de dividendos aos investidores, enquanto é mantida a política dolarizada de preços dos combustíveis e derivados de petróleo levando o povo brasileiro à fome e miséria.
Link para o caderno de Moções: Moções RSISL 2022
Fortalecer a RSISL
O Manifesto final do Encontro critica alianças militares como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO): “os blocos militares reforçam as ameaças de guerra imperialista e, portanto, devem ser eliminados”. E aponta para o fortalecimento do sindicalismo para romper com o capitalismo; para a garantia da independência do movimento sindical, que se mobiliza e luta eficazmente, como questão-chave deste período. Foram definidas ainda ações a serem desenvolvidas pela RSISL ao longo de 2022 como as do 1º de Maio que é um dia de luta internacional.
Conheça o Manifesto: Manifesto RSISL 2022