Por Rosa Maria Corrêa
Na hora de JÁ IR embora, desgoverno doa mais um tesouro do Brasil para amigos super-ricos
Localizada em São Mateus do Sul (PR), desde 1959, sobre uma das maiores reservas mundiais de xisto, a Unidade de Industrialização de Xisto da Petrobrás agora é do bilionário Stan Bharti, fundador da Forbes & Manhattan (F&M). Barthi, que possui ligações estreitas com a cúpula do governo Bolsonaro, realiza o sonho de deter a tecnologia PETROSIX – criada e patenteada pela Petrobrás para a extração do óleo (valioso combustível quando refinado) e gás do xisto em rochas sedimentares.
A conclusão da venda por US$ 41,6 mi encerra longo processo de tentativas do banco canadense F&M, que opera as mineradoras Belo Sun e Potássio do Brasil – ambas citadas no relatório da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e da ONG Amazon Watch como cúmplices da destruição da Amazônia. As entidades denunciam que a Potássio do Brasil, que atua em Altazes, no Amazonas, e ganhou todo o apoio do presidente Jair Bolsonaro para operar em território do povo indígena Mura, descumpriu decisão judicial. Sobre o projeto da Belo Sun, o relatório afirma que é o de “maior exploração de ouro da América Latina – golpe final à região da Volta Grande do Xingu”.
De olho na tecnologia
O interesse da sociedade F&M em deter a Petrosix é notório desde 2012 quando uma comissão interna de apuração da Petrobrás investigou possível vazamento de informações sigilosas para o grupo e desaconselhou “futuros contratos com a empresa”.
General desprezou recomendação interna
Em 2021, o general da reserva do Exército, Joaquim Luna e Silva era o presidente da Petrobrás e ignorou a recomendação interna da estatal, assinando o contrato de venda que favoreceu o grupo de mineradoras canadenses que atuam no Brasil com o aval do vice-presidente, general Mourão, presidente do Conselho Nacional da Amazônia. Mourão chegou a batizar a iniciativa do grupo como “estratégica” para o Brasil.
A gestão dos super-ricos
A Forbes & Manhattan é um banco comercial privado com foco global nos setores de recursos, agricultura, tecnologia e telecomunicações para identificar os melhores ativos em todo o mundo e instalar uma gestão de classe mundial para desenvolver e operar projetos com o objetivo de gerar investimentos de alto retorno para os já super-ricos.
Em site, a F&M propagandeia que faz negócios para vender “por um valor significativamente maior do que o preço de compra”.
Valor inestimável
Na transação da SIX, teriam sido usados passivos contingentes conhecidos no mercado como earn-out (uma espécie de contrapartida, não reconhecida nas Demonstrações Financeiras e de quantia e prazo não fixados) – cláusula contratual condicionada a resultados futuros quando não se chega a um consenso sobre o preço de uma empresa!
Quem paga é o povo
Como na maioria das privatizações feitas pelos governos brasileiros, quem compra a empresa leva todos os benefícios possíveis, pagando preços irrisórios por investimentos públicos que foram feitos ao longo de décadas.
No caso da SIX, a Petrobrás ainda firmou acordo de apoio ao o operacional por prestação de serviços durante 15 meses.
Por fim, vale ressaltar aqui, por exemplo, a negociata feita com a BR Distribuidora que foi vendida para a Vibra Energia em 2019, mas toda a rede de postos continua não apenas exibindo a bandeira Petrobrás como faz propaganda enganosa usando a marca/nome da estatal nos veículos de comunicação do País. Uma vergonha!
Fontes consultadas:
https://cumplicidadedestruicao.org/
https://www.forbesmanhattan.com/