Um petroleiro procurou o sindicato para conversar sobre o impacto em sua vida com as mudanças anunciadas para o Benefício Farmácia. Sabemos que este caso é bem representativo do impacto que estas alterações farão na vida de muitos petroleiros.
Apesar do discurso da empresa, o atual Benefício é sustentável e a Petrobrás tem recursos suficientes para garantir um plano de saúde decente para seus trabalhadores. A diretoria do Sindipetro-RJ entende que o problema não é uma questão de sustentabilidade do plano, mas da continuidade do desmonte. O texto expressa a opinião do autor.
“Meu nome é Henrique. Tenho 40 anos. Trabalho na Petrobras há quase dez anos e sofro de epilepsia há 35… É uma doença que se não controlada por remédios caros, me impede de ter uma vida normal. Graças a Deus, eu e meu médico atual (já passei por vários) conseguimos controlar as convulsões e há mais ou menos 2 anos (faz em novembro), não tenho crises. A ajuda da Petrobras é vital, pois tomo 4 caixas de 2 remédios diferentes que somados custam 900 reais por mês.
Se não fosse o benefício farmácia possivelmente a minha vida seria muito mais difícil (como já foi). E está prestes a voltar a ser. Vou ser obrigado a experimentar drogas mais baratas. Vai voltar tudo de novo. A impossibilidade de dirigir, de fazer exercícios físicos, a eterna insegurança de de repente abrir os olhos e estar no meio de estranhos e machucado, o medo de bater com a cabeça no chão…
Por não ser considerada crônica (juro que não consigo entender o porquê), a proposta do novo benefício me deixará de fora (assim como acredito eu que muitos outros colegas). Sabemos que o benefício atual talvez não fosse sustentável e que a empresa passa por momentos complicados. A atual proposta praticamente extermina com o benefício ao considerar somente uma lista rasa de problemas como crônicos além de contar regras não muito inteligentes como por exemplo valor “por caixa” e não por tratamento mensal.
Acredito piamente que existam maneiras de tornar o benefício sustentável, porém útil e mais abrangente colocando menos vidas em risco real. Me prontifico a ser um membro de alguma comissão de estudo e convoco os funcionários que têm problemas, ou os que não têm porém têm empatia a ajudar. O que muitos chamam de mimimi, eu chamo de luta”.
Henrique Fedorowicz criou uma comunidade no Conecte: Desassistidos Crônicos no novo Benefício Farmácia – https://conecte.petrobras.com.br/communities/service/html/communitystart?communityUuid=606eb375-b8a3-4436-9aa6-36f0eb450758