Veículos de imprensa recentemente informaram que a fatalidade ocorrida no último dia 7/1 com a plataforma P-70 vai atrasar em até 30 dias o cronograma do primeiro campo de Atapu, na área da Cessão Onerosa, na Bacia de Santos. Encomendada pela Petrobrás ao estaleiro chinês COOEC, a plataforma estava sendo transportada pela empresa holandesa Boskalis até o Rio de Janeiro. Restando poucos dias para chegar ao Brasil, o trabalhador brasileiro Henrique Lázaro foi a óbito após ingerir metanol e etanol com suco, de acordo com as notícias divulgadas e com o pronunciamento da Boskalis. Outros cinco trabalhadores, que também ingeriram a substância, foram internados na África do Sul. Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, a Petrobrás negou que o cronograma esteja ameaçado.
A entrada em operação da unidade estava prevista para o primeiro trimestre de 2020. A morte de Lázaro e a intoxicação de 5 outros trabalhadores têm levantado questionamentos sobre as condições de trabalho e o alto nível de pressão imposto pelo confinamento em operações como a do transporte da P-70, rebocada pelo navio dry tow Boka Vanguard, com duração prevista de 50 dias. Igualmente se sabe que as empresas têm explorado cada vez mais os trabalhadores, remunerando ao mínimo permitido e muitas vezes selecionando pessoas de baixa ou nenhuma qualificação técnica, de modo a rebaixar os salários ainda mais.
Na chegada ao país, em vez de ser submetida de imediato aos trâmites de liberação pelos órgãos competentes, como ANP e Marinha, a plataforma será recebida pela Polícia Federal, que vai periciar a unidade e proceder ao desembaraço do corpo. Por enquanto, nem a Bokalis nem a Petrobrás ou o estaleiro COOEC confirmam o local onde será feita a operação da PF, mas a tendência é que isso ocorra no Rio de Janeiro.