Reunião inaugurou importante canal de diálogo com a nova gestão da empresa. Intensifiquemos este diálogo para estabelecer compromissos e prazos em torno às demandas apresentadas.
O que pede a FNP
No encontro, realizado na sexta-feira 927/01), a federação e seus sindicatos filiados entregaram um documento consolidado em que cobra: cessar a venda de ativos; mudanças na política de preços, sociais e transição energética; volta dos investimentos; democracia na Petrobrás, reestruturação do RH e liberdade sindical; Petros/AMS; políticas de isonomia; melhorias no teletrabalho; política de valorização dos trabalhadores e de segurança; e realização de concursos públicos.
A FNP, na sua apresentação inicial, se colocou à disposição para dialogar e impedir a continuidade do governo anterior dentro da Petrobrás, cobrando transparência no processo negocial, pedindo retorno de atas de reuniões e liberação de acesso de dirigentes sindicais, incluindo os aposentados. E acordos isonômicos para as federações e sindicatos, e fim da terceirização como atividade fim. E a valorização das CIPAS e das políticas contra as opressões na empresa.
Se o encontro não avançou em compromissos a partir da pauta da FNP, inclusive pelo fato de ainda não terem sido nomeados novos diretores e gerentes, a continuidade do processo deve agora avançar para a definição de um cronograma.
Alertamos, porém, que medidas imediatas devem ser tomadas a partir da presidência, para interromper alguns processos de venda de ativos e terceirização em curso.
Demandas do Sindipetro-RJ
Terceirização no CENPES e outras unidades
O Sindicato denunciou a introdução da terceirização na Planta Piloto (CENPES) e a intenção do Compartilhados de dividir a Operação em duas gerências, sinalizando para uma terceirização vista em outros contratos tipo facilities. Outras unidades como o GASLUB (COMPERJ) também apresentam crescimento exponencial da terceirização em atividades fim.
Isonomia para embarcados do RJ
Uma questão importante colocada ao novo presidente da Petrobrás foi a isonomia em relação aos acordos regionais, principalmente, em relação aos acordos para trabalhadores em plataformas (embarcados). Ou seja, o Sindipetro-RJ pede a nacionalização dos acordos que já existem para que acabe a disparidade entre os trabalhadores do E&P, que são responsáveis por grande parte do lucro da empresa. Portanto, a base do Rio de Janeiro cobra isonomia total para todos os embarcados.
Melhoria no teletrabalho
O Sindipetro-RJ pontuou também a defesa do trabalho remoto, hoje uma realidade dentro da Petrobrás, possibilitando uma melhor qualidade de vida. O Sindicato entende ser necessário flexibilizar as negociações sobre este tema para que possa ser discutido nos futuros ACTs. A situação dos trabalhadores transferidos de outras regiões, de forma arbitrária, por conta do desmonte da Petrobrás também engloba esse tema.
Ainda sobre o trabalho remoto, o Sindicato apresentou a Jean Paul Prates um pedido para que os trabalhadores PCDs sobre a possibilidade de cumprirem o teletrabalho de forma integral, demanda que também será analisada pela nova gestão.
PBIO e TBG
Por fim, a representação do Sindipetro-RJ cobrou ao novo presidente da Petrobrás a retirada de todas as empresas do sistema do das privatizações, com ênfase aqui no Rio de Janeiro da Petrobrás Biocombustível (PBIO) e da Transportadora de Gás Brasil – Bolívia (TBG). Aliás, Prates indicou que este tema está na pauta da nova gestão para análise, inclusive a incorporação dessas empresas à Petrobrás Controladora.
Pautas prementes apresentadas para o novo presidente da Petrobrás
- Cancelamento do aumento do preço dos combustíveis;
- Fim do PPI, desvinculação da cotação internacional, composição a partir dos custos de produção, imposto sobre exportação de óleo cru; não à conta de estabilização às custas do dinheiro público;
- Não ao pagamento bilionário de dividendos, sim ao choque de investimentos!
- Imediata interrupção da venda de ativos – Albacora Leste, campos maduros, PBIO, TBG, entre outros. Revogação dos processos de vendas em curso (independente da etapa em esteja, se em vias de signing ou closing) e arrendamentos.
- Retomada das refinarias e campos – conforme dossiê jurídico anexo – a partir da ação conjunta da AGU e Jurídico Petrobrás. Questionar, inclusive, não só as ilegalidades gritantes, mas as que se valeram da alteração instrumentalizada da legislação.
- Fim imediato dos movimentos para terceirização das atividades no Sistema Petrobrás, com a abertura de concurso para suprir as vagas necessárias, visando especialmente ao nível médio para recompor o efetivo seguro nas áreas operacionais; Interrupção imediata das terceirizações recém-implantadas ou em preparação, implantadas ao apagar das luzes – ex.RJ – Planta Piloto, Destilação (R4) e divisão da Operação do CENPES, EDISE, COMPERJ (utilidades, casa de força, laboratório), Transpetro etc.
- Revisão e nova orientação para modelos de contratos, garantindo piso próximo ao ACT da contratante e direitos similares, como plano de saúde, transporte, periculosidade, etc;
- Reconhecimento do mérito na ação da RMNR e pactuação para o pagamento devido;
- Fim da APS com retorno da AMS gerida pela Petrobrás;
- Investigação de possíveis ilícitos por parte dos criadores da APS;
- Transparência na apresentação das contas da AMS;
- Reinserção dos excluídos da AMS, bem como a negociação dos seus respectivos débitos;
- Pagamento da dívida com a Petros, consequente suspensão do PED e devido reembolso onde couber, aliviando significativamente o sofrimento atual de milhares de aposentados e ativos;
- Pagamento dos impactos dos custos referentes ao avanço de nível para a Petros;
- Pactuação coletiva do Teletrabalho conforme proposta de regulamentação já enviada pela FNP, com destaque para flexibilização de dias presenciais sendo contabilizados mensalmente;
- Teletrabalho integral para trabalhadores PCDs e trabalhadores com dependentes PCD;
- Para os empregados das áreas desmobilizadas e transferidos para sudeste, enquanto não houver uma solução adequada para o problema em questão, permitir o teletrabalho integral. Na impossibilidade de atendimento pleno da primeira proposta, que seja possível realizar o trabalho presencial em uma unidade da Petrobras mais próxima da antiga unidade ou da residência do empregado; Criação de hubs, espaços de trabalho compartilhado, nos locais onde os escritórios foram fechados;
- Fim do PPP e da curva forçada; Pactuação da PLR conforme proposta apresentada pela FNP;
- Fim do PCR, compensação ao PCAC e alteração nas limitações do Mobiliza. Aporte financeiro no PCAC que ficou estagnado com a valorização do PCR (isonomia entre PCR e PCAC em termos de níveis e abono pago – ações judiciais em curso);
- Isonomia para os trabalhadores embarcados, pactuando acordos regionais idênticos, garantindo o dia do desembarque, auxílio deslocamento e turno da manutenção, além de solução ou compensação para a caótica logística de ônibus e helicópteros para embarque e desembarque do pessoal;
- Cumprimento do ACT, reconhecimento dos lançamentos e acordo para a reposição das HETTs sequestradas; fim do saldo AF;
- Aditivo contratual nos acordos de tabelas de 12hrs suprimindo cláusula sobre passivos;
- Início das negociações para o ACT, tomando por base a pauta anterior.
- Fim do assédio, exoneração de todos os assediadores e seus superiores omissos; exoneração de toda a cadeia de comando do RH;
- Desconstrução da gestão bolsonarista, do topo ao piso da gestão da empresa, num primeiro momento no RH, Jurídico e ISC;
26 GT operacional para acordos e reconhecimento do mérito em processos judiciais em curso (ações coletivas em curso e ações individuais históricas, ações contra dirigentes sindicais);
- GT para revisar medidas de combate à opressão – machismo, racismo, lgbtifobia, capacitismo, etarismo etc. – e violência moral e sexual no trabalho. Urgente ação e transparência para a denúncia de estupro no CENPES;
- Anistia e reparação para os petroleiros perseguidos, demitidos ou punidos por greve e outros motivos, especialmente – Leninha, Wagner, Alessandro, entre outros;
- Resolução dos casos pendentes de anistiandos e anistiados;
- Fim das práticas antissindicais e desbloqueio imediato dos crachás dos dirigentes sindicais, acesso sem restrição;
- Anistia das multas das greves de negociação de Acordo Coletivo;
- Retirada da ação contra o Observatório Social da Petrobrás; e
- Retorno dos investimentos em Cultura.
Confira a integra do documento https://fnpetroleiros.org.br/arquivo/editor/file/Carta%20FNP%20006-2023%20Jeal%20Paul.pdf