O Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies) denuncia o desmonte de equipes de pesquisa pela Petrobrás
A organização, que reúne 94 fundações responsáveis pela gestão de projetos em 140 instituições, afirma, em carta enviada no dia 6 de abril à ANP, que a Petrobras vai suspender contratos de pesquisa e de investimento (P&D) da ordem de R$ 400 milhões este ano, inviabilizando projetos e o pagamento a pesquisadores.
O presidente da Confies, Fernando Peregrino, afirmou que a suspensão desses recursos será suficiente para “sacrificar o presente e o futuro da empresa, além da economia brasileira, porque desmontará equipes inteiras de pesquisas em mais de 40 centros e universidades”.
Peregrino define os cortes como um “massacre” à pesquisa do país e argumenta que as equipes profissionais ameaçadas não poderão ser rapidamente constituídas, como em outras atividades do setor produtivo. Com relação às Fundações, 25 delas seriam diretamente prejudicadas por estarem à frente da gestão dos recursos.
Os gestores afirmam que a Petrobrás encaminhou, no dia 2 de abril, como parte do seu “Plano de Resiliência” para “mitigar” a crise da COVID-19, um comunicado avisando que pretende suspender, por três meses, os contratos vigentes e que, passado esse período, todos seriam reformulados.
Soma-se a isso o fato de que antes mesmo da pandemia, ao final do ano passado, a gestão da empresa anunciou um corte de cerca de 30% do orçamento de pesquisa do CENPES, apesar dos recursos crescentes oriundos da exploração do Pré-Sal, conforme denunciado no Boletim do Sindipetro-RJ n° 181
Confira a íntegra do documento encaminhado à ANP