Estoura a bolha da grande mídia que teimava em não reconhecer o movimento petroleiro
Após 15 dias de Greve Nacional dos Petroleiros, parece que a grande mídia finalmente deixou de fingir que nada acontecia. Até esta sexta (14) o quadro nacional de greve indicava 116 unidades que aderiram ao movimento. De propriedade das famílias da alta burguesia brasileira, os grandes veículos de comunicação seguem os ditames do discurso neoliberal que afirma que tudo que é estatal e público não presta, defendendo claramente as privatizações impostas por Bolsonaro e seus capangas, como Paulo Guedes, o qual aliás, nos últimos dias tem dado declarações preconceituosas contra os servidores públicos e empregadas domésticas, sintetizando a essência de seu projeto que só beneficia a banca dos especuladores financeiros.
A constatação de que a bolha neoliberal está sendo furada é de que até as organizações Globo já noticiam em seus veículos como TV Globo, O Valor, entre outros, o movimento paredista.
Outros como El País já publicam extensa reportagem sobre possível confinamento de petroleiros na Refinaria Presidente Bernades (RPBC) em Cubatão/SP, tendo entrevistado os dirigentes do Sindipetro-LP.
O avestruz
Enquanto isso, sentido o baque da mobilização petroleira, o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, usando seus aliados da mídia, no caso o jornal Estado de São Paulo (Estadão), diz que a greve não está afetando a produção, “Nenhum barril deixou de ser produzido”, pois existem equipes de contingência nas plataformas, conforme determinação TST que os sindicatos cumprem. Ora Sr. Castello Branco já são mais de 50 plataformas em greve. Ainda nesta sexta mais uma plataforma do Pré-Sal anunciou adesão ao movimento, a P68. Ainda na noite de sexta os trabalhadores da PPM-1, na Bacia de Campos, anunciaram adesão. As plataformas da Cessão Onerosa estão com apenas cerca de 20% da capacidade de produção e trabalhadores de 11 refinarias, dentre outros, cruzaram os braços. Isso não gera impacto? Então por que o senhor anunciou que acontecerão contratações emergenciais? Até quando vai continuar a agir como um avestruz, não querendo ver a realidade? Que o senhor entende nada do seguimento de petróleo e energia, nós já sabemos. Que é o pior e mais despreparado presidente da história da empresa, também sabemos, mas aí já é demais…
Por uma Petrobrás mais humana
Assim segue a Greve Nacional dos Petroleiros, que luta pela reintegração dos 396 companheiros que estão sendo demitidos da Araucária Nitrogenados (ANSA), pelo cumprimento do atual ACT que só tem pouco mais de dois meses de existência; contra o processo de desmonte da companhia que aplica um plano de desinvestimentos para reduzir de forma colossal o número de empregados para 17 mil; contra a venda das refinarias e contra a escorchante política de preços adotada pela direção da Petrobrás que encarece em demasia os combustíveis, como gasolina e diesel, e o gás de cozinha.
É preciso dar um basta nisso tudo; avante Greve Nacional Petroleira!