França, Casa da Moeda, Aumento da Tarifa SP, Educação do Rio Grande do Sul, Índia
No último sábado (11/1), o governo francês anunciou um recuo na tentativa de aumentar (de 62 para 64 anos) a idade mínima exigida como condição para a aposentadoria integral dos trabalhadores. A chamada “idade de referência” ou “idade-pivô” era um dos pontos centrais da reforma da previdência proposta pelo governo da França.
O recuo do governo aconteceu após mais de um mês de greves no transporte público e de uma greve geral, além de vários dias de manifestações em todo o país. Especialmente nos dias 9, 10 e 11 deste mês as mobilizações foram de grande força, mostrando aos trabalhadores de outros países, inclusive do Brasil, a única forma de efetivamente mudar a correlação de forças e barrar os cortes de direitos: a realização de greves e o enfrentamento das políticas de governos e patrões.
As organizações sindicais francesas, como CFE-CGC, CGT, FO, FSU, Solidaires, UNEF, UNL e MNL, exigem a manutenção do sistema de pensões existente por solidariedade e distribuição intergeracional e por anuidade. Por isso continuam na perspectiva de ampliar ainda mais a mobilização por greve e manifestações a partir da próxima semana, com o objetivo de obter a completa retirada do projeto do governo e abrir verdadeiras negociações sobre empregos, salários e fim da precariedade.
Contra a privatização da Casa da Moeda, trabalhadores ocupam a empresa
Trabalhadores da Casa da Moeda do Brasil (CMB) ocuparam a sede da empresa, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (10/01), contra a retira de direitos e a privatização, prevista em Medida Provisória assinada por Bolsonaro em novembro do ano passado. Durante a ocupação, a direção da CMB chamou a polícia, o que porém não demoveu os trabalhadores, que só saíram à noite, realizando em seguida um ‘abraço simbólico’ à instituição, que é empresa pública vinculada ao Ministério da Economia.
Além de rejeitarem a privatização, os trabalhadores querem a saída imediata do diretor da CMB, Fábio Rito. Entre os direitos ameaçados de corte estão o vale-alimentação, o cartão-remédio e o acesso a serviços de creche.
A MP assinada em novembro por Bolsonaro prevê a quebra o monopólio da Casa da Moeda na fabricação de papel-moeda, de moedas metálicas, de cadernetas de passaporte e na impressão de selos postais e fiscais federais (aqueles que vão em bebidas e cigarros). A privatização da Casa da Moeda é um verdadeiro atentado à soberania nacional porque vai tirar do Brasil a possibilidade de determinar até mesmo a produção de seu meio circulante, fundamental para a economia do país.
Luta contra os aumentos da tarifa de transporte em SP
Realizado na última quinta (9/01), o segundo ato contra o aumento da passagem em São Paulo foi novamente reprimido pela PM (Polícia Militar). Bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha foram usadas contra manifestantes na dispersão do ato, organizado pelo MPL (Movimento Passe Livre). A PM também agrediu e revistou jornalistas durante o ato.
Durante a primeira manifestação contra o aumento das passagens, dia 7/1, a repressão policial começou quando manifestantes tentaram fazer o “catracaço”: não pagar a passagem como forma de protesto, no Metrô Trianon/Masp.
Apesar da repressão nos dois atos realizados até agora, uma nova manifestação foi marcada para a próxima quinta-feira (16), a partir das 17h, no Theatro Municipal de São Paulo.
A luta em São Paulo é contra o aumento da tarifa, de R$ 4,30 para R$ 4,40; o corte centenas de linhas; o corte na integração do vale-transporte; a redução da frota de ônibus e o fim das limitações no bilhete único.
Cerca de 250 milhões aderem às mobilizações contra a perda de direitos na Índia
Desde quarta-feira passada (8), milhões de trabalhadoras e trabalhadores na Índia iniciaram greve geral e se mobilizam por emprego, melhores condições de trabalho e melhores salários. O movimento cresceu, tendo a participação de trabalhadores da saúde e outras categorias como bancários, petroleiros, mineradores, além de rurais e estudantes. Cerca de 250 milhões de pessoas aderiram à convocação de luta.
Os trabalhadores também têm levado às ruas a rejeição aos planos de privatização do governo de direita de Narendra Modi e protestam contra a emenda à Lei de Cidadania que fixa novos critérios para reconhecimento de cidadãos a estrangeiros com base da religião, excluindo os muçulmanos e aumentando ainda mais a perseguição local contra esse segmento da população.
Em greve, trabalhadores da educação do RS lutam por salários e plano de carreira
Iniciada em 18 de novembro do ano passado, a greve dos trabalhadores da educação do Rio Grande do Sul prossegue. Além de estarem sem o décimo-terceiro salário, os educadores gaúchos estão com seu plano de carreira ameaçado por uma ‘reestruturação’, imposta pelo governador Eduardo Leite (PSDB), que na prática destrói o plano. Outro ataque do governo é um aumento indiscriminado sobre as contribuições previdenciárias dos trabalhadores.
No Rio Grande do Sul, o Piso Nacional do Magistério não é respeitado para toda a categoria. Os demais níveis da carreira, por exemplo, não recebem os reajustes anuais previstos em lei. O caos na educação gaúcha atinge profissionais de educação, escolas e estudantes.
Em resposta, os trabalhadores da educação querem ampliar as mobilizações e unificá-las com outras categorias do funcionalismo estadual, também atingidas pelos pacotes do governo.