O Sindipetro-RJ esteve presente, na última sexta-feira (12/05), na reunião dos sindicatos offshore (RJ, LP, ES, NF) com os representantes da Petrobrás. Pela empresa estiveram representantes do RH-Relações Sindicais, além do Gerente de Transporte Aéreo
Entenda o contexto
A situação, que se estende desde 2022, apresenta falta de aeronaves, acarretando recorrentes atrasos e cancelamentos de voos. O que precariza o planejamento dos embarques e desembarques, afetando os trabalhadores em vários aspectos: financeiro. Saúde e segurança do trabalho, vida pessoal, além reflexos psicológicos. Além disso, há problemas por conta de horas excedentes que estão sendo acumuladas, não havendo orientação do RH da empresa sobre o que fazer, prejudicado reembolsos de estadia e alimentação. Há também a precariedade da estrutura de aeroportos desde a falta de cadeiras a banheiros. Ou seja, um verdadeiro caos!
O Sindipetro-RJ tem cobrado da gestão da empresa encaminhando ofício e em reuniões. Por sua vez, a empresa usa como argumento a demissão em massa de pilotos e copilotos por conta da pandemia COVID-19, que resultou também em fechamento de fábricas de peças. Justificam a situação, citando a guerra da Ucrânia pois a maioria dos fabricantes das aeronaves está localizada na Rússia e na própria Ucrânia, e que a guerra diminui a oferta de equipamentos e peças para reposição no mercado internacional.
Fica evidente que a gestão da empresa omite os problemas adotando um subdimensionamento em relação ao caos aéreo instalado
Assembleias aprovaram Estado de Greve e Pauta do Sindicato
Cabe lembrar que em abril último as bases do Sindicato que atuam em plataformas e embarcações realizaram assembleias que deliberaram pela aprovação, por ampla maioria, do Estado de Greve e da pauta apresentada do Sindipetro-RJ.
O que disse a Logística de E&P (LOEP) da Petrobrás sobre o caos aéreo
Já nesta última reunião, o gerente de Transporte Aéreo apresentou o cenário sobre a situação para o Sindicato.
No encontro foi informado que a Petrobrás é a maior usuário offshore do mundo, correspondendo a cerca de 20% do mercado mundial de aeronaves offshore. Em abril houve, em média, 30% de indisponibilidade de aeronaves e que quando há concomitância de fatores, como o clima e conflitos geopolíticos. A situação se agrava pois o tempo médio de espera para reposição de peças passou de três para 24 meses. A Petrobrás disse ainda que o aeroporto que tem mais atrasos é o de Jacarepaguá.
Reafirmação da pauta do Sindipetro-RJ
Após o informe prestado pela representação da Petrobrás, o Sindipetro-RJ reafirmou sua pauta sobre a situação e segue cobrando da gestão da empresa?
1) O reembolso do prejuízo com as passagens aéreas pagas devido aos cancelamentos e remarcações dos voos das aeronaves devido à situação que os sindicatos denominaram “caos aéreo”, com efeito retroativo ao início dessa situação;
2) Reconhecimento e pagamento no mês subsequente das horas extras acumuladas devido a esses atrasos e cancelamentos, referentes tanto aos dias de embarques quanto aos de desembarques, também com efeito retroativo;
Além dessas pautas, na base do Sindipetro-RJ, nas assembleis, foram aprovadas duas outras:
3) Isonomia com o NF no auxílio transporte, vulgo “vale jegue”, e no dia do desembarque; e
4)Um transporte por desembarque para as plataformas de Búzios.
O que propõe a empresa
Sobre as pautas apresentadas, a empresa (Loep+E&P+RH) respondeu somente apenas em relação à hora extra no dia do desembarque.
Segundo a proposta da Petrobrás, foi caracterizado Estado de Urgência a partir de 01/05 por 90 dias, podendo ser estendido, caso a situação permaneça. Nesse período, apenas com referência ao dia do desembarque, tanto as horas trabalhadas quanto as horas de espera a mais pelo voo serão contadas e pagas no mês subsequente. Segundo o RH a hora extra média do público-alvo está em cerca de R$ 200.
Sobre essa questão o Sindicato questionou duas coisas:
1) Como essa situação hoje caracterizada como de Urgência já existe há muitos meses, colocamos que deveria ser retroagida a janeiro; e
2) Não contempla as horas a mais do dia do embarque.
Ainda sobre esse ponto, como o RH apresentou que haveria dificuldades em retroagir porque o Estado de urgência previsto em norma só foi estabelecido agora, os sindicatos sugeriram que a empresa pagasse todas as horas extras acumuladas até agora.
Sobre os outros itens de pauta
– Reembolso das passagens devido ao caos aéreo: disse que isso deveria ser pautado para o ACT. Mas em comentário, a representante do RH disse que vê dificuldade nesse ponto, pois quem decide o local de moradia é o próprio trabalhador. Ao mesmo tempo afirmou que essa consideração não significaria uma negativa em mesa pois o caso vai ser estudado;
– Isonomia no dia do desembarque e auxílio transporte: também disse que isso deveria ficar para discutir no ACT para tentar avançar, mas que não haveria compromisso. Nós dissemos que não haveria necessidade de esperar, pois se poderia fazer um “termo aditivo ao ACT”;
– Transporte por desembarque para Búzios: RH pediu para discutir isso diretamente com o RJ, assim como os diversos itens que acordado na última reunião e que ou não estão sendo cumpridos, ou sendo de forma parcial: profissional de apoio logístico presente no aeroporto, utilização da Van para voltar para o Rio, pagamento de diária reduzida referente a almoço quando voo é de tarde etc.
A empresa disse que vai entregar uma carta compromisso aos sindicatos sobre a proposta por ela apresentada. E que serão realizadas novas reuniões para seguir discutindo as outras pautas.