Com o objetivo de conscientizar a população sobre a saúde mental, a campanha Janeiro Branco foi criada em 2014 por um grupo de psicólogos de Uberlândia (MG). O assunto é cercado de tabus na sociedade e atinge cada vez mais indivíduos, principalmente trabalhadores como os petroleiros que hoje estão nos serviços essenciais ou em teletrabalho.
Dados são alarmantes
Pouco discutida, a saúde mental precisa ser vista como um estado de equilíbrio que é essencial a todos. A campanha coloca o tema em evidência logo no primeiro mês do ano quando se renovam compromissos de autoestima e planejamentos para um futuro melhor.
No Brasil, a escalada ascendente do número de casos de depressão, ansiedade, fobias e pânico é considerada preocupante pelos profissionais de saúde e pesquisadores do tema. E com a chegada da pandemia causada pelo coronavírus muitos se viram obrigados a se expor ao vírus enquanto outros passaram a ter o lar transformado em ambiente de trabalho. O distanciamento social obrigatório também é um desses ingredientes que colaboram fortemente para o acelerado crescimento dessas doenças.
Segundo pesquisas de 2020 da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o primeiro em prevalência de ansiedade no mundo com 9,3% e o segundo país com maior número de depressivos nas Américas. São 5,8% da população, ficando atrás somente dos Estados Unidos que têm 5,9% de depressivos. A doença afeta 4,4% da população mundial.
Cuidado e acolhimento são urgentes
No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), funciona a Política Nacional de Saúde Mental que garante a livre circulação das pessoas com problemas mentais pelos serviços, pela comunidade e pela cidade, consolidando um modelo aberto através da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A Rede é voltada para cuidados e acolhimento das pessoas com transtorno mental, incluindo as que sofrem por decorrência do uso de crack, álcool e outras drogas. Há ainda leitos de atenção integral em Hospitais Gerais e nos Centros de Atenção Psicossocial que também disponibilizam serviços residenciais terapêuticos em zonas determinadas por bairros nas cidades.
Como os trabalhadores do setor da saúde têm denunciado, prefeitos vêm desmontando a RAPS com a falta de renovação de contratos e atrasos nos pagamentos salariais como aconteceu durante todo o mandato de Crivella no Rio de Janeiro. Espera-se a retomada dos serviços neste janeiro após a posse dos prefeitos eleitos em 2020, mas ainda faltam equipamentos, suprimentos e contratação de mais profissionais.
Para mais informações: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/conheca_raps_rede_atencao_psicossocial.pdf