“Meritocracia”, “modernização”, “mobilidade”, “flexibilização”, “racionalização” e outras palavras bonitas acompanham uma política que já gerou mudanças no GD / ANPR, um novo plano de carreiras (PCR), “Mobilizas” e outras metodologias de diminuição de efetivo e, mais recentemente ainda, o novo PRVE e uma proposta de mudança (para pior, claro) no regramento da PLR.
Enquanto a Petrobrás economiza nos contratos e ataca a PETROS, investe em uma política remuneratória individualista e imediatista, para aumentar a exploração e manter a taxa de lucro dos acionistas – e não estamos falando da velhinha do Texas ou de Taubaté, mas dos grandes investidores internacionais e da meia dúzia (literalmente) de bilhardários brasileiros.
A PLR sempre foi um instrumento ilusório de democratização dos lucros, quando na verdade representa mais uma armadilha da renda variável, que não compõe benefícios para a aposentadoria.
Além disso, sempre estivemos longe do facultado pela lei (25% dos dividendos), somos limitados pelo regramento (em nome de alguma “garantia”) e agora querem mais uma vez piorar as condições de pagamento da PLR.
Já na primeira reunião, a Petrobrás mostrou que pretende impor um ritmo impraticável e, na verdade, não haverá “negociação” alguma. Bem ao estilo do PCR, PRVE etc. O RH afirma que deve apresentar novos indicadores até 30 de novembro e concluir toda negociação até 31 de dezembro.
A FNP, além de não assumir nenhum compromisso com indicadores ou com a assinatura de qualquer regramento, muito menos neste prazo absurdo, relembrou que nossa bandeira histórica está nos 25%, que eles devem apresentar os números, que queremos saber qual percentual do lucro líquido pretendem destinar aos acionistas etc.
Solicitamos, novamente, a apresentação aprofundada e devido debate sobre o PRVE que tem pontos de contato fortes com a PLR.
Um ponto que nos preocupava de antemão era o comprometimento da segurança e saúde do trabalhador com possíveis metas de SMS entre os indicadores. Até mesmo porque a legislação agora proíbe, a empresa afirmou que não constarão metas de SMS. Entretanto, este é um ponto a se aprofundar, porque o GOG, por exemplo, é um candidato a pressionar os gerentes para economizar com infraestrutura, horas extras etc., o que pode impactar nas condições de trabalho.
O indicador que talvez tenha causado maior polêmica foi o lucro/ empregado (“produtividade”), que parece premiar a redução de postos de trabalho (incentivo às demissões). O RH afirma que, justamente, este indicador não tem espaço para negociação, que é determinação explícita da SEST!
A Petrobrás pretende manter o conceito de remuneração que foi aplicado para o pagamento relativo ao ano de 2017 (lembram-se da pegadinha na última PLR?) e afirma que não é possível o pagamento baseado em resultados, mas somente quando houver lucro líquido.
Além do mais, repudiamos veementemente a utilização da PLR como ferramenta de prêmio ou punição por desempenho individual ou advertência. Sabemos também que tais avaliações são, por muitas vezes, questionáveis. Seria uma segunda punição ao “peão”, enquanto não há o mesmo sistema de consequências para os gestores (sim, aqueles beneficiados pelo tal conceito de remuneração que o RH quer manter).
Na segunda (26/11) haverá nova reunião com a empresa, na parte da tarde. A Diretoria da FNP reúne-se de manhã e, às 17h30, tem o Colegiado do Sindipetro-RJ. Sintam-se convidados a participar!
Versão do impresso Boletim XCVIII