Petrobrás atende parcialmente à pauta e a luta continua
Organizados em reuniões e promovendo protestos na porta do EDIHB e do EDISEN, os novos petroleiros (também conhecidos como “entrantes”) têm lutado por sua pauta de reivindicações.
A mudança praticada de forma unilateral no padrão do APT e APTT causou prejuízos aos recém-admitidos na empresa e até desistências de aprovados que não puderam arcar com os custos nas cidades para onde foram alocados.
Na quarta (01), o RH da empresa convocou reunião extraordinária com a FNP para comunicar que será paga ajuda de custo específica aos petroleiros admitidos na empresa em 2022 e 2023.
Medida excepcional = resultado de luta
Em postagem nas redes sociais, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, confirmou que o benefício será concedido de acordo com o período de realização do curso e será disponibilizado após o período de hospedagem em hotel e será paga também retroativamente aos empregados admitidos em 2022 e 2023, como insistiu o Sindipetro-RJ em recente negociação.
Entrantes pedem que a ajuda de custo seja no valor original e abranja as cidades circunvizinhas
Certamente, a conquista dos 15 dias de hotel e agora este valor monetário vai aliviar as contas de muitos empregados que já acumulavam dívidas, conforme apurou o sindicato.
A turma está feliz e se sentindo recompensada pela luta, mas também apreensiva.
É que esta Ajuda não atingirá vários colegas da região geográfica “imediata” à cidade (Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Mangaratiba, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti, Saquarema, Seropédica e Tanguá).
Quem conhece o trânsito, a precariedade dos transportes públicos do Rio e as regiões citadas, sabe que de “imediatas”, estas localidades não têm nada pra quem sai do EDIHB na hora do rush. Isso significa que muitos colegas estão de fato se mudando para o Rio e arcarão sem ajuda com todos os gastos.
Os valores para se chegar a esta isonomia são irrisórios para a gigante petrolífera, que tem batido recorde de lucros nos últimos anos.
Essa exclusão desconsiderou não apenas as longas distâncias, mas também as dificuldades que o trabalhador precisará enfrentar para chegar à cidade do Rio de Janeiro sabendo-se sobre a realidade do péssimo nível estrutural de transportes que o Estado possui.
A pauta dos entrantes – a luta continua!
Desde o início das convocatórias para admissão, os novos empregados na Petrobrás se organizaram e instituíram uma comissão orgânica de representantes, com apoio do Sindipetro-RJ / FNP e, após extensos debates, aprovaram democraticamente uma lista de reivindicações e têm avançado em conquistá-la:
. volta do APTT;
. retorno do nível de ingresso da carreira NS para 808;
. decência na logística dos exames médicos;
. aumento do período de alojamento para 30 dias;
. volta da Aceleração Júnior;
. isonomia na remuneração variável durante o CF; e
. convocação de todo o cadastro de reserva e respeito à Lei de Cotas.
Injustiça
Além das reivindicações do pessoal do CF, o APTT e o Adicional Provisório de Transferência (APT) são devidos aos empregados transferidos de forma temporária ou definitiva com mudança obrigatória de município e domicílio. Mas a Petrobrás modificou o padrão, criando uma nova fórmula muito pior financeiramente para os trabalhadores que precisem mudar sua residência por interesse das gerências.
No início deste ano, o Sindipetro-RJ entrou com a ação 0100014-84.2023.5.01.0049 solicitando que seja mantido o pagamento dos dois adicionais a todos os empregados que já estavam na empresa quando a gestão mudou as regras e já obteve decisão favorável. Ainda cabe recurso. Mas, para quem entrou após a alteração do padrão, não há como ser abarcado na referida ação. Leia mais: https://sindipetro.org.br/vitoria-acao-apt-aptt/
Vale ressaltar que a reivindicação pelo Adicional Provisório de Transferência Temporária (APTT) para os novos petroleiros está em cláusula na proposta da FNP ao ACT 2023, mas a exemplo do Plano de Carreira e do Teletrabalho, entre tantas outras cláusulas, a Petrobrás simplesmente tirou o tema da mesa de negociação.
Apropriação, TABG, CNCL, Offshore e Entrantes mostram o caminho!
A mobilização dos novos empregados corre em paralelo com um grande exemplo na base do RJ: a paralisação de 24 horas realizada no dia de luta das subsidiárias no TABG e na gerência de Apropriação; o CNCL atrasou 1h em apoio ao TABG e Apropriação, assim como a PBIO e a TBG; e, no dia 01/11, a mobilização atrasou em 1 hora todos voos do Aeroporto de Jacarepaguá para as plataformas.
É hora de reconstruir a Petrobrás e recuperar direitos!