Desde a terça-feira (29), a Petrobrás já adota os novos preços do diesel em suas refinarias com um aumento médio de 4% e em 5% no da gasolina. Isso em meio a uma alta do petróleo nas últimas semanas e uma desvalorização do real frente ao dólar nos últimos dias. Essa é a segunda alta no mês de dezembro, já que em 15/12 foi feito o anúncio de elevação do diesel e da gasolina em 4% e 3%, respectivamente.
Um 2020 de alta no preço final ao consumidor
De maio até a primeira quinzena de dezembro, o preço da gasolina sofreu um aumento de 17%, de acordo com Índice de Preços Ticket Log (IPTL), que tem como base abastecimentos realizados nos 18 mil postos credenciados da Ticket Log. O combustível foi registrado na média de R$ 4,684 o litro nos primeiros quinze dias deste mês e já está maior do que o valor encontrado nas bombas em março — quando apresentou a média de R$ 4,628.
Na segunda semana de dezembro, gasolina, diesel e etanol tiveram alta significativa, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O diesel, combustível mais consumido no país, cresceu 0,14%, em relação à primeira semana do mês, e chegou a R$ 3,587 por litro.
Certamente o cenário de elevação de preços pode se acentuar com a conclusão dos processos de vendas das refinarias, que vão criar monopólios regionais como diz um estudo encomendado pela Associação dos Distribuidores de Combustíveis – Brasilcom, junto a PUC-RJ.
PPI e privatizações podem inviabilizar preços
A aplicação da PPI (Preço de Paridade Internacional) é uma estratégica que pune o bolso do consumidor para garantir os ganhos dos acionistas/especuladores da empresa, que aliás são o foco do presidente Petrobrás, Roberto Castello Branco, conforme já afirmou em diversas ocasiões e oficializado no Plano Estratégico da empresa – 2021-2025.
O Sindipetro-RJ condena a aplicação da PPI, que também representa um forte apoio para as concorrentes e os importadores de combustíveis, e exige combustíveis mais baratos, e se coloca contra o processo de privatização das refinarias que vem sendo operado pela hierarquia bolsonarista da empresa.