O racismo é um sofisticado sistema de opressão

Reportagem de Rosa Corrêa

 

Para homenagear o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho, o GT – Diversidade e Combate às Opressões do Sindipetro-RJ realizou evento, na terça (31), para debater as questões da mulher negra no Brasil. Foram convidadas para palestrar três petroleiras e a psicóloga Luciene Lacerda.

Atenção às escolhas

“Ações afirmativas. Por quê?” Esse foi o título da abordagem da mestre em Direitos Humanos pela UFRJ, Janaína Gama, técnica de administração e controle da BR Distribuidora. Janaína exibiu vídeos sobre a disseminação indiscriminada do racismo em escolhas que estão presentes no dia a dia dos brasileiros, como numa entrevista para uma vaga de trabalho. Ela disse que é urgente a implantação de ações afirmativas contra o racismo, pois “o que tem sido feito contra esse sistema de opressão ainda é muito pouco”. Assista ao vídeo completo no https://youtu.be/hufEa5F-PAg

É preciso ser antirracista

Ao citar a filósofa Angela Davis – “Numa sociedade racista não basta ser contra o racismo, é preciso ser antirracista!” – a ativista Luciene Lacerda, psicóloga e doutoranda em Educação pela UFRJ, deixou um recado direto aos que lutam por uma sociedade igualitária. Luciene fez um resumo comentado e ilustrado da história do movimento de mulheres negras no Brasil, que teve um início marcado pela organização do 1º Encontro Nacional de mulheres negras, em 1988, quando “houve um crescimento nas discussões, pois no grupo de mulheres, existem questões de raça; da mesma forma que no grupo de negros, existe o gênero”. O vídeo completo está disponível no https://youtu.be/Iuev8wSm9vs

Todo dia é dia de luta

Márcia Francisco Paixão trabalha no TABG, é técnica de operação da Transpetro e tem orgulho não apenas do trabalho que desenvolve, mas por ser negra e mulher. Mas, nem sempre foi assim. Ela contou que primeiro tentava se enquadrar na sociedade, mas foi percebendo que algo não estava certo. “Eu aceitei os desafios, que se tornaram incentivos, mas comecei a questionar que não é normal alguém sofrer mais, porque é negro e ninguém tem que se acostumar com isso”. No ambiente de trabalho, onde ainda são oferecidos uniformes masculinos para as mulheres que atuam em setores operacionais, ainda há muito a se questionar e mudar. O depoimento completo você pode assistir no https://youtu.be/tAYwR8OX57Q

Erguer uma sociedade melhor

A mestre em Serviço Social, Francineide Abreu, assistente social na BR Distribuidora, fez um apanhado de sua trajetória, começando pelas dificuldades de outra mulher negra, sua mãe.  “Eu consegui estudar, porque a minha mãe fez renúncias”, afirmou, destacando o enfrentamento do “não lugar”, quando independente do que a mulher negra tenha conquistado, ela ainda não tem um lugar nessa sociedade. Francineide chamou a atenção também para o apoio às meninas negras, que precisam de exemplos para se fortalecer e ressaltou que o rompimento com essa “normalidade” é urgente para que possamos erguer uma sociedade melhor. O vídeo está disponível no https://youtu.be/-beU243NxhU

 

Depois das apresentações de cada convidada, abriu-se o debate na Roda de Conversa com a discussão de fatos que resultam do racismo na realidade social e afetam de forma brutal a maioria da população brasileira. Alguns trechos foram selecionados para o vídeo no https://www.youtube.com/watch?v=zr0GcznpK3g&t=9s

 

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