Recentemente o ministro da Economia Paulo Guedes deu uma declaração em que classificou como parasitas os servidores públicos, quando explicava sobre seu projeto de fim da estabilidade no emprego. Prerrogativa que, combinada com o instituto dos concursos públicos, permitia alguma margem de atuação independente dos casuísmos políticos, fortalecendo políticas de estado.
Guedes mentiu quando afirmou que o governo gasta 90% da receita com salário do funcionalismo. “O cara (funcionário público) virou um parasita e o dinheiro não está chegando no povo” – disse o ministro na última sexta-feira (7), no seminário Pacto Federativo, promovido pela Fundação Getúlio Vargas. “O hospedeiro está morrendo, e o cara virou um parasita”, acrescentou.
Desculpas quase nunca são sinceras
A repercussão da declaração foi tão negativa que o ministro pediu “desculpas”; será que foram sinceras?
A fala mostra de fato o que pensa o preposto da banca internacional em relação aos trabalhadores que dedicam ou dedicaram suas vidas ao atendimento do povo, seja na educação, segurança ou saúde públicas no Brasil. Vale lembrar que Paulo Guedes é um dos maiores banqueiros do mercado financeiro do país, sugando recursos públicos através de fundos de investimento, ganhando muito dinheiro com a agiotagem da Dívida Pública que consome quase 50% de todo orçamento da União, segundo dados da Auditoria Cidadã. Enquanto, os gastos com educação, saúde e segurança não passam dos 12%.
Investigado por “sugar” R$ 1 bi
Cabe também lembrar que o Sr. Paulo Guedes, formado pela Escola de Chicago, berço do neoliberalismo, colaborador da Ditadura de Pinochet no Chile, é alvo de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) por um prejuízo de mais de R$ 1bi em cinco fundos de pensão, incluindo a Petros. Além do MPF, o Tribunal de Contas da União (TCU) também abriu investigação para analisar os “esquemas” do amigão de Bolsonaro e dos parasitas do sistema financeiro.
Mesmo tratamento na Petrobrás
Por fim, um dos motivos da Greve Nacional Petroleira é exatamente essa forma desrespeitosa que a direção da Petrobrás, certamente orientada pelo ministro da Economia, através de Roberto Castello Branco, que foi professor de Guedes, trata os empregados da empresa em negar direitos e impor demissões como a da ANSA e da BR Distribuidora.
Parasitas, definição: “organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por parasitismo”. Isso lembra o ministro e seus esquemas sob investigação? Pois é.