Informações extraoficiais dão conta de que empresa prepara de forma confidencial venda de plataformas do campo de Cherne para a Perenco
Trabalhadores apreensivos com a situação
Trabalhadores que atuam no Polo de Garoupa denunciam que duas plataformas que operam no polo estão na surdina em processo de venda, PCH-1 e PCH-2. Nos foi passado que inclusive já aconteceu uma reunião da gerente de operações com os gerentes de plataforma (geplats) para comunicar a “novidade”. E que o RH local já vai embarcar neste mês de outubro nas plataformas para conversar com os empregados e explicar a situação, avaliando a ambiência das unidades.
Se procedente a denúncia, trata-se de um ataque. E mais uma vez será necessária a luta conjunta dos sindicatos e federações para barrar o processo de venda das plataformas.
Perenco na jogada
Cabe lembrar que o Polo de Garoupa faz parte do programa de desinvestimento de ativos da Petrobrás é que o mesmo polo foi colocado à venda em agosto de 2019, mas com o novo governo Lula e a gestão de Jean Paul Prates, o ativo está no processo de avaliação de continuidade ou não da venda por 90 dias, prazo que se encerra no próximo mês de novembro.
Quem estaria mais uma vez envolvida no negócio seria a Perenco, uma empresa anglo-francesa.
O Polo Garoupa é localizado na Bacia de Campos, englobando as concessões de Anequim, Bagre, Cherne, Congro, Corvina, Malhado, Namorado, Parati, Garoupa, Garoupinha e Viola, campos nos quais a Petrobras detém 100% de participação. Em abril de 2020, grande parte do Polo Garoupa foi hibernado, assim como outros ativos de águas rasas pertencentes à Petrobrás, com a empresa retirando de operação oito dos 11 campos do polo.
Em agosto de 2019, a direção da Petrobrás lançou o “Cluster” de venda dos seus ativos no Polo de Garoupa. Conforme consta no documento a produção média do polo era de 19,6 mil barris de óleo equivalente ao dia (mil boed/d), mas que segundo dados extraoficiais opera atualmente com uma produção que não chega a 4 mil (mil boed/d). O detalhe que no cluster não há valor fixado de venda do ativo, mostrando que esses processos de desinvestimentos não possuem qualquer tipo de transparência. Ninguém sabe quanto é, e ninguém sabe quem quer comprar.