A crise provocada pela pandêmia do COVID-19 (coronavírus) faz a humanidade despertar e cair na real sobre a inviabilidade do modelo neoliberal. O corte de direitos, as privatizações, e sobretudo, o esvaziamento do papel do Estado, em detrimento às grandes corporações e seus esquemas políticos e financeiros se mostram impotentes diante de uma crise de saúde que afeta profundamente a economia global.
Se isso fica evidente nas locomotivas econômicas como China, EUA e Europa, mas ainda se mostra no Brasil.
Aqui sob um governo obtuso que a cada dia perpetra ataques contra a democracia e que implanta uma agenda neoliberal, nos moldes da ditadura chilena do general Augusto Pinochet, sob a gerência do chamado “posto Ipiranga”, Paulo Guedes, um teórico liberal que se tornou ao longo da vida um operador do mercado financeiro, também declarado admirador de Pinochet, assim como o presidente Jair Bolsonaro, se observa que a receita se mostra ineficaz diante do quadro agudo de recessão econômica que se apresenta com o avanço da pandêmia.
Bolsonaro e Guedes tentam jogar nas costas da classe trabalhadora o ônus e responsabilidade pela crise, mas isso não é de agora. Ao longo de mais de 30 anos o Estado brasileiro vem sendo sucateado sob sucessivos governos para atender aos interesses do imperialismo e seus agentes do capital. O grande parasita suga todos os nossos recursos seja pela corrupção, entreguismo e retirada de direitos dos trabalhadores. E a Petrobrás é o grande exemplo disso, senão o maior.
Neste contexto, os petroleiros buscaram resistir, como na última greve de 20 dias em fevereiro último, quando alertaram a sociedade brasileira sobre o que está sendo feito a partir do desmonte da Petrobrás e das reais intenções deste governo que ainda está aí, aplicando demissões e uma política de preços de combustíveis que visa favorecer os importadores , a tal da PPI – Preço com Paridade Internacional – que faz com que o preço dos combustível tenha valores escorchantes como o do gás de cozinha e a gasolina. Cabe lembrar que em paralelo a esta crise de saúde, temos uma disputa no mercado internacional de petróleo entre Rússia e Arábia Saudita que derruba derruba a cotação internacional do barril. Em tese, segundo às “premissas” da PPI, isso faria com que os preços dos combustíveis caíssem, mas não é bem o que se vê.
Mas de volta ao tema central, que é a pandemia do COVID-19, fica nítido que além da negação da realidade de Bolsonaro sobre a gravidade da situação, pois considerou a doença uma “fantasia”, que o plano emergencial de Paulo Guedes para fazer frente à crise tem somente o objetivo de garantir o lucro dos parasitas do capital, dar migalhas aos aposentados e tirar ainda mais do trabalhadores.
No último dia 16 de março as centrais sindicais reunidas em São Paulo divulgaram um documento em que propunham medidas fundamentais para enfrentar a crise. Dentre as sugestões que se destacam está a revogação imediata da Emenda Constitucional que congela os gastos públicos por 20 anos, a EC-95. É preciso recuperar recursos que estão indo para o bolso dos parasitas do capital. Imagine a quantidade de dinheiro que poderia voltar a ser investido na saúde, educação e assistencial social num momento como esse?
Na noite desta terça (17), as panelas voltaram a ecoar nas janelas do Brasil, assim como foi na crise do governo Dilma. O “Fora Bolsonaro” já é uma realidade dada a impotência de seu governo no tratamento da crise e seus ataques ao trabalhadores e à democracia. O COVID-19 fez com que fossem suspensos os atos desta quarta-feira, 18 de março – Dia Nacional de Lutas, Protestos e Paralisações, em Defesa dos Serviços Públicos, Empregos, Direitos e Democracia, mas continuam as paralisações, greves e protestos virtuais. Aliás, na linha desta última ação, está programado para às 20h30, um panelaço pelo “Fora Bolsonaro”; contra a impotência das medidas no combate à pandemia do COVID-19; contra as privatizações e as políticas neoliberais.
Basta de fake news, diversionismo, de glamourização de ditaduras e torturadores, de retirada de direitos e de parasitas do capital e do imperialismo. Os trabalhadores exigem medidas protetivas a sua saúde, aos seus empregos e direitos!
Quarentena para todos já!