Montadora demite de forma arbitrária dirigente sindical

O Sindipetro-RJ presta solidariedade classista ao Mancha, dirigente sindical da CSP Conlutas demitido pela General Motors do Brasil (GM)

 

Na última quinta-feira (10/11), a montadora de automóveis, GM, de forma arbitrária e antissindical comunicou a demissão do dirigente sindical Luiz Carlos Prates, o Mancha, onde atuava há 35 anos.

Abuso de direito

A Central sindical CSP-Conlutas alerta que Mancha é dirigente sindical, membro da sua Secretaria Executiva Nacional, possuindo estabilidade no emprego.

Na GM, Mancha, ao longo de mais de três décadas, esteve à frente de várias mobilizações e greves em defesa dos trabalhadores da GM. Também atuou diretamente em negociações com a fábrica, nas Campanhas Salariais e de PLR. E segue na luta. Segundo uma nota da CSP Conlutas, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região enviou uma notificação extrajudicial ao diretor de relações trabalhistas da GM, exigindo o cancelamento imediato da demissão e reversão desse abuso de direito.

O sindicato metalúrgico considera que a General Motors violou o artigo 8º da Constituição Federal, bem como a Convenção 98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), pois ambos se referem à liberdade sindical.

Método antissindical já havia ocorrido também na Petrobrás

Passados mais de dois anos, em decisão recente, em 27/10 /2022, o Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região no Ceará determinou a reintegração do dirigente do Sindipetro-CE/PI, Wagner Fernandes Jacinto, que foi demitido em maio de 2020 da Petrobrás depois de ter publicado vídeo em uma mídia social contra as demissões, na véspera do Natal de 2019, de mais de mil trabalhadores da Vibra Energia (antiga BR-Distribuidora recém-privatizada por Bolsonaro ainda em 2019).

A viralização do vídeo mexeu com o CEO da Vibra Energia que agiu junto à hierarquia bolsonarista na Petrobrás para que houvesse a demissão do sindicalista.

Em outro caso, em junho de 2021, a direção da Petrobrás anunciou a demissão por justa causa do sindicalista petroleiro Alessandro Trindade, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), por este ter comparecido a uma ação de arrecadação de alimentos na ocupação de Campo dos Refugiados, localizada num terreno da estatal em Itaguaí-RJ, mas que estava em desuso.

As demissões arbitrárias de Mancha, Wagner Jacinto e de Alessandro Trindade mostram como o grande capital e o bolsonarismo usam de métodos sórdidos e covardes para tentar arrefecer a luta dos trabalhadores no Brasil. Isso ficou bem claro no último período eleitoral quando empresários usaram a tática do assédio eleitoral para “convencer” trabalhadores a votarem em seus candidatos representantes da extrema-direita.

Diante disso, o Sindipetro-RJ se soma na luta em solidariedade a Luiz Carlos Prates, o Mancha, exigindo sua readmissão imediata na GM.

 

Foto: Roosevelt Cassio (Sindipetro-SJC)

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