Joia falsa: Petrobrás usa o lucro como motivação em curso de Direitos Humanos

É essencial que a nova direção na estatal pare erros do passado, excluindo gestores que atuaram na Era Bolsonarista

Basicamente, um estudo rápido sobre Direitos Humanos deveria explorar temas, por exemplo, como responsabilidade social; cidadania global; respeito à Diversidade; combate a toda forma de assédio. Mas, o Sindipetro-RJ recebeu denúncias de empregados da Petrobrás que fizeram curso de Direitos Humanos com deturpações de conceitos, interligando, por exemplo, princípios e valores dos Direitos Humanos a práticas para evitar passivos jurídicos; aprimorar a avaliação da empresa no mercado de ações; e sustentar negócios lucrativos.

É estarrecedor uma gestão oferecer um curso deste tipo aos empregados! Há de se frisar que a atual direção da estatal ainda está composta em maioria por pessoas que colaboraram profundamente com a Era Bolsonaro. São, portanto, executivos rasos, incoerentes e atrasados socialmente, que, por exemplo, vendem o conceito do Compliance para os funcionários, mas têm posturas distorcidas, muito longe da Petrobrás para e pelo povo brasileiro, defendida pelo Sindipetro-RJ.

Quem ganha e quem perde?

Para a Petrobrás ser uma empresa de excelência com resultados alcançados e socialmente responsável, é preciso parar com este “tudo” feito sempre para atender ao mercado. Só quem ganha com este tipo de prática são os ricos que cada vez acumulam mais dividendos. Chega dessa linha de performances e rankings falsificados por empresas de consultoria! Uma atuação responsável por parte da Petrobrás em seus negócios, planejando e agregando resultados e impactos sociais positivos, podem garantir benefícios ao conjunto da sociedade brasileira mais permanentes do que a injeção de recursos máximos aos seus acionistas.

A Petrobrás não pode mais ficar nas mãos de gestores deste nível, enganadores! A nova gestão que tomará posse, fruto da vitória da luta contra os antidemocráticos, deve revisar com urgência os conteúdos desses cursos ministrados aos empregados e colocar a estatal nos trilhos do atendimento prioritário ao mercado interno, à população brasileira, desvinculando, por exemplo, o preços dos combustíveis da cotação internacional. A mentalidade de que a Petrobrás deve ter como principal objetivo gerar ganhos financeiros para entregar mais e mais lucros aos acionistas e tornar-se uma empresa de exportação foi o que a levou a negociatas; leilões do petróleo; privatizações – uma verdadeira desvirtuação e destruição do Sistema Petrobrás.

Os banqueiros internacionais e todo o oportunismo financista promoveram a ideia de Petrobrás falida (enquanto o endividamento desenvolvia a produção do Pré-Sal), aumentaram suas participações em ações de uma Petrobrás estatal e pública, mas auferiram dividendos estratosféricos, desproporcionais até do ponto de vista internacional, por terem emplacado uma gestão “ultraliberal” na Petrobrás. Parecem mais vantagens indevidas: comprar empresa estatal e pública – com o preço descontado por essa condição e superdescontado com as calúnias e exigir e receber dividendos como fosse de uma empresa privada, que não tem qualquer compromisso em garantir resultados de vantagens competitivas públicas (a competência da própria Petrobrás e as rentabilidades das reservas do Pré-Sal) ao conjunto da economia e população do país.

Se os pressupostos da política aplicada na empresa como um todo foram desvirtuados, cada curso segue no mesmo sentido, incorpora valores deturpados e devem ser revistos, ajustados.

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