Passagem de turno é um tema fundamental. É um dos itens verificados pela ANP na prática de “Gestão 4” que trata sobre fatores humanos
O que está acontecendo?
Os gestores estão pressionando os trabalhadores para fazer passagem de turno em 10 min. Pela CLT em até 10 min a passagem de turno não será paga. No caso das plataformas se passar desse limite, o GEPLAT tem que justificar, caso contrário não há pagamento, o que gera uma burocracia desnecessária também.
Irresponsabilidade gigante
Todos os grandes e pequenos acidentes apresentaram algum problema na passagem de turno.
Como era antes do ACT 2019?
Em plataformas, os trabalhadores recebiam a média do que era calculado em 20 min. Segundo relatos, há dias que a passagem chega a demorar por uma hora, em outros em 10 min. Como o pagamento era pela média não havia pressão. Agora que recebe o efetivo do dia há muita pressão para que se faça a passagem de forma rápida, comprometendo a saúde dos funcionários que ficam estressados e a segurança das unidades.
Horas da passagem não são recebidas
Para completar o quadro de descaso, mesmo quando é justificado pelos trabalhadores com relatório, que muitas vezes se acumulam na mesa dos GEPLATs sem que haja a autorização, até por que eles têm dificuldade em exercer este controle. Isso revela um sistema ineficaz, “burrocrata”, de economia de palito e que pode gerar perdas de vidas e prejuízos em instalações.
O enfrentamento ao estado de calamidade
Desde o aprofundamento da crise provocada pela pandemia da COVID-19, o Sindipetro-RJ reforçou a existência dos vários riscos após o anúncio em 1º de abril pela direção da Petrobrás do “Plano de Resiliência”, denunciando a situação de estado de calamidade petroleira. Ao longo deste período o Sindicato tem enviado sistematicamente cobranças à direção da Petrobrás para a efetivação de medidas que zelem pela segurança sanitária da força de trabalho petroleira e que suspenda medidas absurdas que retiram direitos dos trabalhadores, como a redução de salários.
Além de tomar medidas judiciais como na obtenção da liminar que suspende os efeitos do “Plano de Resiliência” (https://bit.ly/LiminarResiliencia ) , temos atuado também junto ao MPT para denunciar a calamidade petroleira. (https://bit.ly/DenunciaAoMPT ).
O fato é que o discurso do presidente Bolsonato que minimizar os efeitos da crise da COVID-19 querendo derrubar a quarentena, como está sendo feito em alguns estados brasileiros a exemplo de Santa Catarina, também insufla sua base social e acaba por influenciar claramente no comportamento da direção da Petrobrás sob a gestão de Castello Branco.
Então, diante da conjuntura, é necessário reforça e fazer um chamado à categoria para que a mesma participe das reuniões setoriais que estão sendo promovidas de forma virtual pelo Sindipetro-RJ. Integrando-se nos grupos de WhatsApp e acompanhando o Facebook , ferramentas que possibilitam certa interação, para além dos informativos que seguem sendo publicados, até com maior frequência e importância, a categoria se manterá participativa.
Os trabalhadores, mais que ninguém, devem discutir o contingente necessário, escalas de revezamento, quais unidades devem funcionar, com que carga, produtos e destinos. Esta disputa é fundamental neste momento em que os gestores desejam justamente aumentar a exploração, direcionar a empresa para outros interesses que não o combate à COVID-19.