Direção da empresa aprofunda entreguismo de forma temerária

A diretora de refino e gás natural da Petrobrás, Anelise Lara, afirmou que a empresa abrirá cerca da metade da capacidade dos gasodutos terrestres para terceiros. A capacidade ociosa a ser liberada pode somar cerca de 60 milhões de m3/dia, incluindo as malhas da Transportadora Associada de Gás (TAG), da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG).

Sobre os gasodutos marítimos de escoamento, a diretora disse que a companhia pretende manter uma participação minoritária e vender o controle dos ativos via mercado de capitais, “provavelmente por meio de IPO” (oferta pública de ações). Incrível como pode defender esta posição alegando redução de custos, mesmo ciente da elevada razão gás óleo do Pré-Sal e da necessidade de escoar este gás para garantir a produção.

O boletim Sindipetro-RJ n°14 informou que em 14/03/2017, a Petrobras admitiu que sua produção de petróleo e gás natural no exterior sofreu redução em relação aos meses anteriores devido à limitações do escoamento, que é realizado através de dutos de terceiros. Ou seja, a própria Companhia admitiu sem querer o quanto é arriscado estar nas mãos de terceiros. Segundo Felipe Coutinho, presidente da AEPET, a direção da Petrobrás “assume riscos desnecessários ao abrir mão da receita regular do transporte de gás natural. Receita resiliente à variação do preço do petróleo, fundamental para garantir geração de caixa, administração da dívida e investimentos de maior risco e vulneráveis a variação do preço do petróleo e da taxa de câmbio, como são os investimentos em Exploração e Produção” – explicou.

 

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