Petrobrás tem obrigação de exigir que empresas contratadas liberem seus empregados

Gerentes da Petrobrás e empresas contratadas agem com desprezo pela vida dos petroleiros terceirizados

Nos últimos dias a direção da Petrobrás tem anunciado uma série de medidas visando reduzir a presença do contingente de petroleiros do regime administrativo, e recentemente também no operacional, nas Unidades. Ainda que entendamos que as medidas se deram com uma série de lacunas no caso dos concursados, mais alarmante é a omissão da direção da empresa em relação aos empregados das terceirizadas, os quais compartilham conosco o mesmo ambiente de trabalho.

Somente no dia 17 de março a empresa anunciou alguma orientação para as empresas terceirizadas, ainda assim deixando a orientação de home office sob decisão dos gerentes locais. Sabemos que os contratados recebem por entregáveis e muitos gerentes temem dispensar os serviços sob pena de não contar com eles quando a situação se normalizar. Eis um caso em que o oportunismo da direção atual dificulta a atuação de seus próprios gestores. No entanto, quem paga o pato é sempre o trabalhador.

Diversas empresas no país e no mundo já orientaram o home office para todos os empregados. A alta hierarquia da Petrobrás foge a sua responsabilidade, delegando decisões cruciais à gerentes de baixo escalão, além de junto com os donos das empresas contratadas manter o foco na lógica dos entregáveis. Irresponsavelmente, colocam em risco de possível contaminação um grande contingente de empregados, alguns convivendo com pessoas em grupos de risco, ao continuar exigindo que determinados funcionários próprios e muitos contratados se exponham ao COVID-19 no cumprimento de suas atividades, principalmente no caso dos que atuam embarcados ou mesmo em laboratórios. Mais que isso, temos a visão de que todos os empregados próprios e terceirizados deveriam ter os dias abonados, considerando que esta é uma medida de urgência contra uma crise que pode tomar proporções imensas e incontroláveis.

Enquanto esta mesma alta hierarquia covarde segue para suas casas em quarentena, ou vem para o trabalho em carros fechados e protegidos, continua colocando a vida dos outros em risco. O sindicato enviou um ofício para a empresa cobrando medidas urgentes para proteção de TODOS os empregados que atuam conosco, sendo concursados ou terceirizados. Nossas vidas são mais importantes do que o lucro dos acionistas!

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