Petrobrás: Xenofobia e Misoginia na REVAP

Conforme informações veiculadas pelo Sindipetro-SJC, dois empregados da Petrobrás foram denunciados por prática de misoginia e xenofobia na Refinaria Henrique Lage – São José dos Campos e após as denúncias, foram transferidos para o Complexo Boaventura

A misoginia é uma aversão às mulheres, um preconceito sexista que se manifesta de muitas formas, desde piadas e exclusão social, passando por privilégios masculinos e violência, chegando até ao ensinamento do autodesprezo.

Já a xenofobia, fruto do desconhecimento do outro, é um desejo de eliminar a presença de qualquer pessoa que chega de outra região.

O Sindipetro-RJ é solidário às vítimas e seguirá firme na luta contra qualquer tipo de violência!

Conforme noticiou o Sindipetro-SJC, mesmo diante das provas materiais, a morosidade exagerada (infelizmente, nenhuma novidade) tem marcado os casos e resultando em diversas movimentações sindicais para que de fato ocorram as apurações e necessárias respostas da empresa. Conforme apurado, a Ouvidoria ainda está analisando o caso de misoginia, já sobre a denúncia sobre xenofobia, a ocorrência já teria sido confirmada.

Petrobrás e um vasto histórico de omissão ativa

Em 2023, o Sindipetro-RJ noticiou a demissão do acusado de assédio sexual no CENPES, ocorrido diversos meses antes, entre junho e agosto de 2022 (https://sindipetro.org.br/petrobras-so-demitiu-acusado-de-estupro-no-cenpes-apos-repercussao-na-imprensa/) a partir da repercussão do caso na mídia nacional.

Até aquele momento e (infelizmente) se não fosse pela repercussão, talvez a violência ocorrida estaria fadada a mais uma das tantas violências engavetadas pela Ouvidoria da Petrobrás e demais estruturas da empresa, cuja postura, historicamente, tem sido a de atuar para gerar provas a favor da empresa e de sua defesa, gerando toda uma sorte de obstáculos para nada apurar e se eximir de qualquer responsabilidade, o que passa, pelo processo burocrático e sem qualquer proatividade da empresa, corroborar com a impunidade do possível agressor e auxílio em sua defesa pela inação patronal.

Infelizmente, os vários trabalhadores ainda têm ilusões quanto às ouvidorias, aos canais de denúncia… se esquecendo que, sobre tudo e todos, são canais DA EMPRESA. Que analisam o risco PARA A EMPRESA. Devem ser utilizados de forma instrumental, para atrelar a responsabilidade à empresa em um eventual processo judicial e, não, depositar esperanças que algo vá ser resolvido por ali. Se por milagre for resolvido, ótimo, mas não considerar que essa é a regra. O trabalhador deve estar atento aos prazos para a judicialização e gerar evidências.

Antes da demissão, qual foi a conduta da Petrobrás quanto ao acusado no CENPES?

Mesmo depois da denúncia e evidências do ocorrido, uma das vítimas inclusive tendo pedido demissão devido ao trauma, a Petrobrás manteve o acusado no setor, só posteriormente, com o agravamento, o transferindo, mas mantendo-o na Unidade, sem tomar quaisquer medidas protetivas às vítimas. Depois, após inúmeras cobranças do Sindicato, houve a transferência do acusado para outra unidade onde permaneceu até ser demitido. Aqui, reiteramos, medida somente a partir da repercussão na mídia do caso.

E, até hoje, são o Sindipetro-RJ e a categoria petroleira que têm dado apoio às vítimas por meio de psicoterapia.

A Petrobrás faz sua política de “direitos humanos” exclusivamente com o fim marqueteiro de obter os selos de mercado. Muita propaganda, pouca efetividade… Basta ver o desprezo dos advogados da empresa e ataques gratuitos nas ações judiciais feitas por trabalhadores contra a empresa por direitos que ela lesa e descumpre.

Desde o início do governo Lula, a gestão da estatal – tanto com Jean Paul Prates quanto com Magda Chambriard – usa o discurso de que a Petrobrás é uma empresa alinhada com os temas sociais. Até o momento, muito discurso e pouca coerência com a prática… A coerência do discurso está em buscar “vantajosidade” para o Deus Mercado… Vide toda enrolação com absolutamente todos os temas. São GTs, reuniões, comissões para passar o tempo, sem compromisso real, mas tudo com muita cordialidade… Escuta ativa é o diferencial dessa gestão. Não tem ação efetiva a favor dos trabalhadores!

Pelo fim da LGBTfobia, racismo, misoginia, xenofobia e todos os outros tipos de violências, dentre as quais, os assédios! Essa luta é todo dia! Denuncie qualquer tipo de violência ao Sindicato! Nós iremos o auxiliar nessa jornada de luta.

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