O trabalhador petroleiro Ronaldo Soares Maciel, empregado da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), lotado na sede, no Rio de Janeiro, morreu na manhã, do sábado, 17 de setembro, vítima de um mal súbito, que causou um ataque cardíaco, em sua residência
O velório e o sepultamento foram no domingo 18 de setembro, em Niterói. Ronaldo estava com 48 anos e ia completar 49 anos no dia 5 de outubro. Deixou um filho, de cerca de 10 anos, e uma companheira, além de uma ex-companheira e diversos amigos. Foi sindicalizado ao longo de 10 anos. Diversos colegas da TBG expressaram tristeza e se colocaram na torcida pra que a família, sem nunca esquecê-lo, consiga reunir força pra superar esse momento dificílimo. Vão ser realizadas duas missas de 7º dia: uma nesta sexta 23 de setembro (hoje), às 18h, na Igreja Santo Inácio, na Rua São Clemente, 226 – Botafogo, e outra no sábado, 24 de setembro (amanhã), também às 18h, na Igreja São Judas Tadeu, na Avenida Almirante Ary Parreiras, s/nº – Icaraí, em Niterói.
“Ronaldo Jesus”
Muitos amigos o chamavam de “Ronaldo Jesus”. Um pouco pela sua aparência, com seu cabelo comprido e sua barba, um pouco porque em diversos momentos demonstrou a preocupação com o próximo, inclusive se engajando em ações concretas com o objetivo de buscar diminuir problemas do povo ou contribuindo pra socializar ferramentas que poderiam ajudar o povo a construir ele próprio caminhos pruma vida com dignidade plena, um pouco também porque eram assim que costumava ser apresentado por amigos a outras pessoas em círculos mais íntimos, que acabavam, muitas vezes, nutrindo afeição por ele, e um pouco porque, apesar de muitas vezes sério, o humor fazia parte da sua personalidade. A tal ponto que o apelido passou a se confundir com o seu nome. Muitos esqueciam que Jesus não fazia oficialmente parte do seu nome. E ele próprio adotou o apelido e às vezes se apresentava com ele.
A marca da solidariedade
Luiz Arthur Silva de Faria, petroleiro que era amigo do Ronaldo, expressou da seguinte forma o tempo em que puderam conviver: “Tive a felicidade de compartilhar com Ronaldo “Jesus” sonhos de um mundo mais justo e solidário. Um cara que, do seu jeito, atuou alfabetizando adultos, educando crianças, ensinando informática, voluntariamente. Tive a felicidade de conhecer esse Ronaldo, brincalhão, persistente, comprometido com o povo mais necessitado e com ações concretas em que acreditava. Que os céus, ainda que de surpresa, recebam Ronaldo com a irreverência e o acolhimento que ele merece.”. As lembranças do Luiz Arthur envolvem, entre outros momentos, a participação do Ronaldo no Grão (Grupo Reflexão à Ação), que marcou sensivelmente os caminhos de alguns estudantes que acabaram se tornando petroleiros. Ecos desse esforço foram acompanhados pelo integrante da diretoria do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro Antony Devalle, responsável pela redação deste texto.
O Sindicato valoriza essas características do Ronaldo e, por meio desta nota, rende-lhe uma pequena homenagem.
Ronaldo Jesus, presente!