Plataformas: embarcados encaram COVID-19, jornada desgastante e ficam sem almoço

Sindicato pede intervenção do Ministério Público do Trabalho

Os boletins sobre a COVID-19 na Petrobrás referentes aos trabalhadores que estão na linha de frente em serviços essenciais, revelam que desde novembro passado há um aumento vertiginoso da contaminação entre os petroleiros, especialmente em plataformas. Há casos também em atividades presenciais como as desenvolvidas no CENPES e GASLUB (novo nome que a empresa deu ao COMPERJ).

Para piorar ainda mais a situação, o Sindipetro-RJ recebeu denúncias de trabalhadores que estão embarcando sem almoço! Os petroleiros saem da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, de madrugada, quando recebem um lanche no ônibus e depois um outro quando chegam na plataforma, ficando sem almoço.

Além desse planejamento mal feito no pré embarque, os trabalhadores chegam na plataforma para exercer suas funções até 0h do dia seguinte sem receberem hora extra. Para o RH da empresa só se começa a considerar a jornada de trabalho após o horário do voo, acarretando enorme desgaste aos trabalhadores. É o mesmo tipo de gestão de pessoas que não consegue fazer uma escala de voos que poupe o trabalhador: muitas vezes o petroleiro é obrigado a dormir no Rio de Janeiro por não encontrar mais horários de voos para voltar para casa.

Os embarcados cobram respostas da direção da empresa para situações ainda mais complexas como quando o voo for transferido. E questionam a postura intransigente do RH, lembrando que no aeroporto de Cabo Frio há restaurante que poderia viabilizar o almoço.

Sindicato solicita intervenção do MPT

Após as publicações do Sindipetro-RJ sobre a implementação de mudanças dos locais de embarque e desembarque da P-74, P-76 e Unidade Marítima Tijuca – afretada (UMTJ) do aeroporto de Jacarepaguá para o aeroporto de Cabo Frio, o Ministério Público do Trabalho (MPT) enviou uma notificação à empresa cobrando explicações (Embarcados-NotificaçãoMPT ).

Sem dialogar com o Sindicato, nem com os trabalhadores, e sem programação prévia, a empresa inventou essa mudança na rotina dos embarcados, alegando estar evitando aglomerações no aeroporto de Jacarepaguá. Porém, a medida vem causando vários transtornos e ignorou o período de verão e das festividades que sempre geram aglomerações em Cabo Frio, cidade reconhecidamente procurada por turistas vindos de todas as partes.

No dia 30 de dezembro, o Sindipetro-RJ entrou com processo (PA-PROMO 001236.2020.01.000/0) solicitando intervenção do Ministério Público do Trabalho, questionando as formas de prevenção contra a COVID-19 adotadas pela Petrobrás (Embarcados-30122020).

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