PPP e chefões: a lógica de desmontar a Petrobrás para conseguir prêmios 1.000 vezes maiores que dos trabalhadores

O foco nos Incentivos de Curto Prazo (ICP) contribui para a des­truição da Petrobrás, também no curto prazo, especialmente quan­do se trata do plano de remunera­ção da carreira gerencial e da alta direção, propondo um modelo que lhes interessa e “autopremia” por maximizar os lucros no curto pra­zo, independentemente de destruí­rem valor a médio e longos prazos. Vide os planos vigentes de venda de ativos (Refinarias, Cessão One­rosa, Logística etc.) e de redução de efetivos, “custos” e até de investi­mentos; as políticas de subsídios aos combustíveis ou de vinculação aos preços internacionais; etc.

Não foram “as práticas de mer­cado” que colocaram a Petrobrás como líder no país e uma das maio­res empresas de energia do mundo.

Pelo contrário, foi o desenvolvimento de suas próprias tecnologias, procedimentos e processos que a fez crescer.

Ainda, do ponto de vista estrito de aderência da prática às características do negócio petróleo e ener­gia, os incentivos de curto prazo são incoerentes com a maturação dos planos e negócios, isto é, a coleta de resultados de cada decisão estrutu­rante se dá após 4 a 7 anos. Assim, a nova direção, vai colher os frutos do trabalho dos últimos 7 anos.

Perguntinha básica…

Se o indicador ‘dívida líqui­da/ebitda’ for bom ao fim 2019, por causa da venda da TAG (ou de qualquer outro desinvesti­mento), o presidente pode ganhar 13x sua remuneração em 2020. Mas se a ‘dívida líquida/ebitda’ de 2030 ou de 2040 for ruim por cau­sa desse mesmo desinvestimento, esse valor será cobrado desse presi­dente e seus diretores?

São os piratas e oportunistas de cada  governo de plantão!

Por tudo isto, e pelo histórico de presidentes e diretorias diretamen­te envolvidas em corrupção contra a Petrobrás, ainda, por, no momen­to, o atual presidente nomeado ser, explicitamente, contra a empresa, tendo como sonho sua privatiza­ção, é absolutamente temerário se instituir um plano de remuneração da direção e da alta gerência com qualquer incentivo de curto prazo.

 

Versão do impresso Boletim CXVIII

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