É bom lembrar que os prêmios da direção chegam a ser 1.000 vezes maiores que os de um trabalhador concursado! Os inimigos da Petrobrás acabam de instituir um plano de remuneração turbinado para o andar de cima, aprofundando o mecanismo de cooptação, especialmente da alta gerência. O PPP potencializa o chamado risco moral, processo em que os incentivos a assumir práticas de toda ordem, inclusive criminosas, na busca de resultados e lucros, supera, em muito, mas só que individualmente, o conjunto de repreensões e punições por ações e resultados catastróficos para a própria empresa ou para terceiros. Estas práticas são a cereja do bolo envenenado de uma política de desmonte que se concretiza cada vez mais.
O gerente executivo de gestão de pessoas da Petrobrás, Cláudio Costa, atrelou o aumento da renda dos funcionários da empresa à venda de ativos. Segundo ele, à medida que as metas financeiras e de segurança forem atingidas, maior a chance de os “empregados” receberem remunerações mais robustas. “Os funcionários e executivos só vão chegar ao topo da remuneração com o desinvestimento, porque as metas financeiras incluem a desalavancagem (redução do compromisso do caixa com o pagamento da dívida), que depende da venda de ativos” – confessou. A categoria petroleira sabiamente já apelidou o PPP de “Pagamento de Propina pela Privatização”, em alusão a essa declaração do gerente Claudio Costa.
Pagamento de bônus sobrevalorizados para chefões, como na crise de 2008
Em 2008, na quebradeira provocada pela ganância de bancos e fundos de investimento, uma crise avassaladora arruinou economias inteiras, fundos de pensão e arrastou, inclusive, bancos para a falência. Diante disso, longe de punir os verdadeiros responsáveis pela crise, governos europeus e dos EUA cobriram os rombos com dinheiro público e garantiram o pagamento de bônus dos chefões de bancos e empresas. No caso da Petrobrás quem já paga pela liquidação são os trabalhadores. Em paralelo a essa perspectiva, é importantíssimo saber que a Petrobrás comunicou da implantação de sua política de “indenidade”, política de proteção e perdão de danos que seus gestores venham a realizar em virtude de sua atividade, de suas decisões. Imaginem o que a “nova diretoria” poderá fazer agora, até com programa estruturado de “proteção”. Risco moral turbinado 5.0!
Versão do impresso Boletim CXIX