A Petros anuncia que está flexibilizando as regras de empréstimos para os participantes ativos, aposentados e pensionistas dos planos Petros do Sistema Petrobras-Repactuados (PPSP-R) e Petros do Sistema Petrobras-Não Repactuados (PPSP-NR) que estão contribuindo para o equacionamento do déficit de 2015.
De 3 de setembro a 27 de dezembro, os participantes destes dois planos poderão optar pela suspensão da cobrança das prestações de empréstimos pelo período fixo de seis meses — entre 1 de janeiro e 30 de junho de 2020.
É a segunda vez que a Fundação oferece a suspensão temporária do pagamento das prestações de empréstimos aos participantes que estão pagando o equacionamento.
Segundo a Petros, a medida tem o objetivo de amenizar o impacto das contribuições extras no orçamento dos participantes.
Durante os seis meses de suspensão, o participante continuará tendo descontados no contracheque os valores referentes à taxa de administração do contrato (0,0208% a.m.) e ao Fundo de Quitação por Morte (0,272% a.m.).
Os juros e a correção referentes ao período de suspensão do pagamento serão somados ao saldo devedor, seguindo a taxa prevista no contrato (0,59% + IPCA). Por isso, é preciso avaliar com cautela se a suspensão temporária por seis meses é realmente necessária.
Ação paliativa que não resolve nada
Com o contexto da política econômica do governo Bolsonaro/Paulo Guedes que atola o país numa crise sem fim, em que aposentados e pensionistas são provedores reais de suas famílias ao sustentarem filhos e netos desempregados, bancando custos de moradia, alimentação e educação, além de arcarem com o aumento do custo da AMS, os participantes da Petros se veem espremidos por um equacionamento que esmaga seus proventos, empurrando-lhes para a armadilha da agiotagem dos empréstimos bancários com juros absurdos. O endividamento extremo acaba empurrando os aposentados do fundo Petros, ao desespero e ao penhasco do suicídio. Casos assim aparecem em quantidade maior.
Medidas como essa, de suspensão temporária do pagamento dos empréstimos, não resolvem de fato o problema dos aposentados e pensionistas, apenas prorrogam o sofrimento e constrangimento causado pela implantação de um equacionamento assassino como o PED. Uma bola de neve que a direção da Petrobrás finge não ver.