Prates tem nome confirmado na presidência da Petrobrás até 2025

A Petrobrás anunciou na noite de quarta-feira (22/03), em comunicado ao mercado, os nomes de novos diretores eleitos pelo CA (Conselho de Administração) da empresa e confirmou a efetivação de Jean Paul Prates como presidente até 2025. Sergio Caetano Leite, executivo oriundo do mercado financeiro será responsável pelo caixa da empresa

 

Foram escolhidos: Sergio Caetano Leite (diretor executivo financeiro e de Relacionamento com Investidores); Joelson Falcão Mendes (Exploração e Produção); Carlos José do Nascimento Travassos (Desenvolvimento da Produção); Claudio Romeo Schlosser (Comercialização e Logística); William França da Silva (Refino e Gás Natural); Clarice Coppetti (Relacionamento Institucional e Sustentabilidade) e Carlos Augusto Burgos Barreto (Transformação Digital e Inovação).

Já Jean Paul Prates foi reconduzido a um mandato de dois anos, até abril de 2025, pois exercia um mandato tampão desde sua posse em 26 de janeiro, último.

Um trader na Petrobrás?

Sobre essas nomeações, uma chama atenção por conta de seus laços com o mercado financeiro e comportamento ambíguo na mídia social Twitter, no caso seria o novo Diretor Executivo de Finanças, Sergio Caetano Leite. Com uma carreira em grande parte construída no mercado financeiro, conforme consta no informe distribuído pela Petrobrás, ele é administrador de carteiras e fundos de investimentos certificado pela CVM, com experiência internacional na área de “investment banking” e fusões e aquisições no Brasil e no exterior.

Leite atuou por mais de 15 anos no setor de petróleo como consultor financeiro e no mercado de capitais na gestão de fundos e administração fiduciária. Além disso, o novo diretor executivo da Petrobrás teve passagem também no Consórcio Nordeste, uma autarquia interestadual formada pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Reiteradamente, os cardeais do PT, governo federal e Jean Paul Prates criticam a financeirização da Petrobrás nos últimos anos, e esse foi o tom do discurso da campanha de Lula em 2022. Agora, o governo escolhe para tomar conta do dinheiro da Petrobrás um nome ligado ao mercado financeiro? Está na hora de ver a efetividade do discurso bonito ser colocado em prática. Simpatia, tapinha nas costas, fotos, churrascos e cafezinhos não resolvem o problema da categoria petroleira.

Críticas ao “Mais Médicos” e a Dilma

 

Não bastasse isso, Sergio Caetano Leite, em 2018, compartilhou tweets contra o programa “Mais Médicos”, recentemente retomado pelo governo federal, compartilhando até um de Jair Bolsonaro e até usava de machismo para criticar uma postagem no Twitter da ex-presidente Dilma Rousseff sobre a então demissão do ex-presidente da Petrobrás, Pedro Parente. Dilma questionou a medida. Em resposta, Leite escreveu: “Nossa como escreve bem essa Dilma!!! Será que é a mesma? Foi alfabetizada?” – tweetou.

 

É bom ficar de olhos abertos, pois esse filme, “Dormindo com o inimigo”, não é novidade na Petrobrás. Basta citar os nomes de Aldemir Bendine, Pedro Parente, Roberto Castello Branco, general Joaquim Silva e Luna e Caio Paes de Andrade, esses os mais recentes, fora os nomes de um passado não muito distante, todos prepostos do neoliberalismo que ajudaram a dilapidar o patrimônio da Petrobrás com terceirizações, repactuações de fundos de pensão, entre outras medidas prejudiciais à empresa e aos seus trabalhadores, aposentados e pensionistas.

O “malvado favorito”, como se autointitulou o próprio Sergio Caetano Leite, na reunião com a FNP, em 27/01, agora é o “cara” do financeiro da Petrobrás.

 

 

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