Sem expressar motivações, na quinta (20), em comunicado por e-mail aos empregados, o presidente da Petrobrás Biocombustível (PBIO) deixou o cargo. Assumiu a direção da PBIO, interinamente, o diretor financeiro administrativo.
Muito provavelmente, o episódio se relaciona com o fato da PBIO ter sido colocada à venda em julho, durante a pandemia, apesar de ter superado todos os desafios e de ser uma das maiores do setor no Brasil.
Para sabermos mais sobre a PBIO, em artigo publicado na segunda (17) pela Associação dos Engenheiros da Petrobrás, várias denúncias e constatações são apresentadas em importante histórico sobre a entrada da Petrobrás na produção de óleo de palma, a implantação e o desenvolvimento do projeto da Belém Bioenergia Brasil (BBB) e a solução para o impasse da construção das extratoras de óleo. Confira:
” (…) avaliada em R$ 205 milhões, vendida por apenas R$ 24,7 milhões. Essa diferença de valores foi revelada horas depois do fechamento do negócio, levantando dúvidas sobre a venda, que teria sido apenas uma forma de se livrar da participação na coligada (BBB).
O popular provérbio de que o pior cego é o que não quer ver se aplica com perfeição à venda da participação da Petrobras na Belém Bioenergia Brasil (BBB), uma joint venture com a petrolífera portuguesa Galp para a produção de óleo vegetal e biocombustível no estado do Pará. A compra pela sócia lusitana, no final de 2019, se deu pelo valor de R$ 24,7 milhões.
Mesmo após anos de investimentos vultosos e com prognósticos promissores no setor, a saída da estatal brasileira por preço irrisório levanta fundadas suspeitas sobre a higidez do negócio. A desconfiança fica ainda maior quando com a notícia de que a participação societária teria sido avaliada em valor 9 vezes superior no mesmo dia da transação original.(…)”
Conclusão: “(…) Em 2017, foi aprovada uma parceria da BBB com a empresa Dendê Tauá S.A. (Dentauá), a fim de produzir óleo a partir dos 22 mil hectares plantados no Polo Tailândia. A nova parceria, constituída em 2018, viabilizou o ingresso de recursos de terceiros para implantação de uma extratora de óleo. Mesmo com a parceria fechada, cujos valores não foram informados, a Petrobras Biocombustível, sob as ordens da Petrobras, investiu mais R$ 110,2 milhões para suprir necessidades operacionais da BBB (9).”
Conheça todo o histórico de investimentos na BBB no artigo completo https://www.aepet.org.br/w3/index.php/2017-03-29-20-29-03/cartas-da-aepet/item/5066-participacao-da-petrobras-na-belem-bioenergia-brasil-bbb-avaliada-em-r-205-milhoes-vendida-por-apenas-r-24-7-milhoes