Se por um lado a prisão de Michel Temer e Moreira Franco, já soltos na tarde desta segunda (25) pelo desembargador Antonio Ivan Athié, do TRF2, revela a disputa no andar de cima pelo poder, por outro lado comprometem todos seus respectivos atos em processos que afetaram diretamente a Petrobrás, como o plano de venda de ativos empreendido desde o governo Dilma, aprofundado durante o governo Temer, sob a direção de Pedro Parente e Ivan Monteiro. E, ainda, especialmente, comprometem também os leilões de grandes áreas do Pré-Sal promovidos pela ANP durante o governo de Temer (2016/18), sob a batuta direta de Moreira Franco.
Pedro Parente e Ivan Monteiro, os asseclas
No governo destes caciques do MDB, a Petrobrás teve como presidentes Pedro Parente e Ivan Monteiro, escolhidos por Temer e Moreira, que aceleraram o desmonte da companhia com a venda de campos de petróleo ( Carcará, como caso emblemático ), malha de dutos de gás e outros ativos importantes na aplicação de um entreguista programa de desinvestimentos que é abraçado agora por Bolsonaro e Roberto Castello Branco apesar das suas falsas ojerizas ao plano traçado nos governos anteriores.
Como é público e notório, Moreira Franco foi ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência e, posteriormente, ministro de Minas e Energia de Temer, atuando diretamente nos leilões lesa pátria de gigantescas áreas do Pré-Sal, em parceria com Décio Odone, presidente da ANP, as quais foram abocanhadas por velhas raposas do mundo petrolífero como Shell, Exxon Mobil, Equinor (antiga Statoil) e Chevron.
Na justificativa das prisões, a Lava Jato afirma que a dupla do MDB opera em quadrilha de esquemas de corrupção há mais de 40 anos, ao longo de suas carreiras políticas na gestão pública, principalmente no Governo Federal. Portanto, é obrigação da União, dada à magnitude dos valores envolvidos na indústria de petróleo (na venda de ativos da Petrobrás e dos leilões), investigar e anular todos os processos que envolveram a participação de Temer e Moreira nos negócios da Petrobrás e nos leilões do Pré-Sal feitos pela ANP. Esse é o único tratamento a ser dado em virtude da explícita corrupção institucionalizada chancelada pelos mandatários nos últimos governos que escolheram seus prepostos para operarem esquemas que sugaram e sugam estatais como a Petrobrás.