Resultados do 1º trimestre de 2022 mostram uma pulverização de ativos com entrada de caixa configurando vendas a prazo
Como é público e notório a Petrobrás anunciou no último dia 5 de maio o seu relatório oficial com os resultados do 1º trimestre de 2022, quando registrou um lucro líquido de mais de R$ 44 bilhões. Porém, o que chama atenção e o que passa quase despercebido neste relatório é forma como está sendo feita a venda de seus ativos.
O demonstrativo “Gestão de Portfólio” apresenta uma entrada de caixa de US$ 1,8 bilhão, ao cambio atualizado, algo em torno de R$ 8,9 bilhões. Mas o que de fato chama atenção é que grande parte dos valores referentes a entradas de recursos por venda de ativos mostra que esses valores entram no caixa da Petrobrás de forma parcelada. Um exemplo disso é à entrada de somente US$ 3 milhões (R$ 14,9 milhões), a título de caução na assinatura do contrato com a empresa canadense a empresa Forbes & Manhattan Resources Inc. (F&M Resources), em novembro de 2021.
O fato é que até o dia 5 de maio, data limite do que foi apurado no exercício financeiro, este é o valor recebido pela venda da SIX – Unidade de Industrialização de Xisto, cuja venda anunciada por US$ 33 milhões (R$ 164,3 milhões). Dá uma entradinha e o restante fica a perder de vista?
Outro exemplo é o da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), cujo valor de anúncio de venda para o grupo Atem foi de US$ 189,5 milhões (R$ 943,7 milhões), sendo que até momento só entrou no caixa da Petrobrás o valor de US$ 28,4 milhões (R$ 141,43 milhões), segundo o relatório de resultados.
Quer mais um exemplo? O Polo de Carmópolis em Sergipe, cujo anúncio de venda, em dezembro de 2021, para o grupo espanhol Cobra, foi fechado em US$ 1,1 bilhão ( R$ 5,47 bilhões), consta como entrada no caixa da Petrobrás, até 5 de maio último, o valor de US$ 275 milhões (R$ 1,36 bilhão) como sinal. O restante US$ 550 milhões (R$ 2,73 bilhões), que ainda não entraram, no fechamento da transação e US$ 275 milhões 12 meses após o fechamento.
Não bastasse vender a preço de banana, o governo de Bolsonaro e Paulo Guedes criou a modalidade de “crediário” para pulverizar o patrimônio da Petrobrás e do povo brasileiro. Enquanto isso segue a aplicação da dolarização dos combustíveis com a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) e o “dividendoduto”, que no trimestre apurado chegou a R$ 48,5 bilhões, inundando de dinheiro os bolsos dos seus mega acionistas. Uma vergonha!