Depois da terceirização, os problemas da APS (antiga AMS) só se acumulam

Reunião da Comissão de AMS mostra que situação só melhorou para a Petrobrás

Na tarde desta terça-feira (21/09), a FNP e seus sindicatos filiados, dentre eles o Sindipetro-RJ, participaram de uma reunião virtual da Comissão de AMS com a representação da Petrobrás. Em sua apresentação, a empresa mostrou dados referentes aos gastos de custeio que teve sua relação alterada no ACT vigente passando de 70%x30%, para 60%x40%, o que mudou a arrecadação do grande e pequeno risco, afetando muitos beneficiários do plano de saúde de quem é ativo, aposentado e pensionista da Petrobrás. No encontro, a representação da Petrobrás se eximiu a debater a questão da margem consignável por conta do tema estar judicializado.

Se os números são favoráveis no custeio para a empresa, como diminuição no número de consultas, queda de gastos com reembolsos, os beneficiários sofrem com descontos abusivos, aumento da margem consignável, glosas médicas, descredenciamento crescente, tabelas defasadas, demora no pagamento a médicos credenciados, agendamento de consultas com prazos para o efetivo atendimento cada vez maiores, e falta de especialidades como, por exemplo, psiquiatria, neurologia, cabeça e pescoço, em algumas áreas de abrangência da AMS. Esse conjunto de problemas acaba incidindo na amplitude da rede credenciada e no processo de reembolso, seja da livre escolha ou do benefício farmácia . Pressionando à livre escolha, gerando defasagem nos valores de reembolsos que ficam pequenos relativamente. E impactando até o processo de reembolso do benefício farmácia, já que esse exige receitas e exames atualizados para a devida efetivação do reembolso

Terceirização piora qualidade do atendimento

O fato é que após o processo de terceirização na AMS, agora chamada de APS, a categoria não demonstra confiança nos demonstrativos apresentados sobre o enquadramento etário-financeiro de custeio nas tabelas de grande e pequeno risco para titulares e dependentes. A FNP cobra mais transparência e melhoria no atendimento aos beneficiários, principalmente, aposentados e pensionistas que não se adaptam ao atendimento automatizado e ao teleatendimento, e que seja ajustado o processo de atualização de cadastro. O qual a Petrobrás reconhece como um entrave à comunicação da AMS e devida interação com os beneficiários do plano.

Um dado que não pode passar despercebido é o aumento do custeio a partir dos casos de COVID-19, mas cujo levantamento apresentado não aponta quais são os critérios adotados para segregar os custeios derivados com a doença, se a contaminação ocorreu em ambiente de trabalho ou de forma externa.

A representação da Petrobrás apresentou o aumento dos custos no início de 2021, com o recrudescimento dos casos de COVID ao final de 2020 adentrando 2021. O que fica cada vez mais claro é que a direção da Petrobrás faz questão de precarizar cada vez mais a antiga AMS para deixar o “caminho limpo” em uma futura privatização. Da parte da FNP e de seus sindicatos filiados , seguem cobrando da Petrobrás o pleno atendimento das necessidades da categoria e da continuidade do plano de saúde na qualidade e custo de seus melhores tempos.

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