Propav: a gata miou mais uma vez no TABG!

Empresa que possui contratos com a Transpetro abandona seus trabalhadores ao não pagar salários atrasados e rescisões. Mais uma vez  terceirizados sofrem com calote de empresas contratadas pelo sistema Petrobrás

 Na manhã de quinta-feira (7/12), os trabalhadores próprios e terceirizados do TABG realizaram um ato em solidariedade aos trabalhadores da Propav, empresa que presta serviços para a Transpetro no terminal. O ato denunciou o calote da contratada que firmou 21 contratos com a Transpetro a partir de 2014, que até o presente momento chegam a mais de R$323 milhões. Já com a Petrobrás esses valores ultrapassam R$861 milhões, segundo informam as plataformas de acesso à informação, Dados Públicos e Transparência Petrobrás.

  “Não aceitamos calote, isso é responsabilidade também da contratante que é a Transpetro. Se não tem dinheiro para pagar, que resgate do CPF dos sócios da Propav, colocando a Transpetro como corresponsável. Acreditamos que na Transpetro deve prevalecer o mesmo que acontece na Petrobrás, que garante os contratos dos trabalhadores. Teve mudança de governo, mas nada mudou na Transpetro que segue com seus contratos rebaixados. Os terceirizados estão “sangrando” – cobrou o diretor do Sindipetro-RJ, João Paulo Nascimento.

 Calote e abandono

 Trabalhadores que atuam nas ilhas Redonda e D’água denunciam o abandono da Propav no TABG:

“A empresa simplesmente abandonou os funcionários aqui no terminal, não existindo nenhum canal de comunicação com os trabalhadores. Não temos ideia do nosso futuro na Propav. Não temos informações sobre rescisão de contratos, sobre um possível parcelamento que ela queria fazer conosco para as rescisões. Não existe nenhuma notícia ou explicação da Propav sobre a nossa situação, estamos praticamente à deriva, sem um comunicado sobre o que temos que fazer” – denuncia um trabalhador da empresa que usa o nome fictício de Washington.

 Sindipetro-RJ no apoio aos terceirizados

 “Estamos procurando juntos aos sindicatos (Sindipetro-RJ e Sindimetal-Rio) alguma forma de podermos receber essas indenizações e salários atrasados. São trabalhadores demitidos sem receber suas rescisões e os que continuam estão sem seus pagamentos, sem vale transporte, sem vale refeição e sem plano de saúde. Estamos já entrando no segundo mês nesta situação, totalmente abandonados” – disse Washington, informando ainda que no TABG o contrato da Propav tem previsão de finalização em maio de 2024.

 Segundo os trabalhadores ouvidos pela reportagem, a situação também acontece em outras unidades como o TECAM e em estados onde a Propav atua no Espírito Santo, Paraná e em São Paulo.

 

PS: “gata” é como os trabalhadores chamam as empresas terceirizadas que dão calotes ao não pagarem salários, mesmo recebendo em dia em seus contratos de prestação de serviços. Em realidade, uma metáfora da gata malandra que rouba o alimento de quem não tem.

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