O ex-deputado estadual, senador eleito pelo PSL-RJ, filho mais velho do presidente da República, Flávio Bolsonaro, está vinculado a esquema que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão que atua na prevenção e combate à lavagem de dinheiro, identificou como atípico em que Fabrício Queiroz, seu então assessor, havia movimentado quase R$ 7 milhões em três anos, enquanto sua renda mensal girava em torno de R$ 20 mil.
A partir desses fatos e novas investigações desdobraram-se denúncias de que: o futuro senador havia contratado parentes de um ex-policial acusado de chefiar uma milícia (Escritório do Crime – Operação Intocáveis (MP-RJ)); homenageado o ex-capitão, agora foragido, com uma moção em 2003, ano em que ainda era do PP; havia obtido lucro a partir de negociações imobiliárias atípicas; e ocupado um cargo comissionado na Câmara dos Deputados, mas enquanto ainda fazia estágio e faculdade no Rio de Janeiro.
Uma das transações na conta de Queiroz, citadas no relatório do Coaf, é um cheque de R$ 24 mil destinado à primeira- -dama, Michelle Bolsonaro. O presidente da República, Bolsonaro, no dia 7 de janeiro, ao falar sobre o assunto disse que Queiroz devia-lhe dinheiro – R$ 40 mil – e que por isso, fez o pagamento a Michelle. Depois, ficou público que a movimentação de Queiroz chegava aos 7 milhões e que a estória de empréstimo caía por terra.
Sem prestar esclarecimentos à Justiça
Desde que o caso veio à tona, Fabricio Queiroz e Flávio Bolsonaro faltaram aos depoimentos marcados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Na sequência, o parlamentar pediu suspensão das investigações ao STF (Supremo Tribunal Federal) sob alegação de quebra de sigilo bancário e desrespeito a sua prerrogativa de foro privilegiado. O ministro Luiz Fux atendeu ao pedido até o fim do recesso e volta do relator do caso, Marco Aurélio Mello.
Versão do impresso Boletim CVI