Em reunião com a empresa, a FNP exigiu mesa única de negociação para unificar a luta da categoria e defender uma PLR digna para todos
Na reunião desta terça-feira (20/10), para fortalecer a categoria, a FNP exigiu que a empresa convoque uma mesa única de negociação de PLR e deixe de fazer as negociações em separado com a FUP.
A mesa única se tornou ainda mais necessária, após a empresa apresentar o resultado das reuniões realizadas até agora, que manteve todos os ataques da proposta realizada no ano passado, entre eles o limite de apenas uma remuneração no valor da PLR, e garantindo o PPP (Programa de Prêmio por Performance) para engordar os ganhos dos chefões. Ou seja, tirando dos que ganham menos para dar aos que ganham mais.
Outra novidade, se assim pode ser chamada, é que a PLR não será mais distribuída de forma única a partir do sistema Petrobrás. A proposta diz que os lucros e resultados serão distribuídos em função do desempenho de cada empresa do sistema.
Na reunião, a empresa também apresentou um critério para desconto no valor da PLR, na chamada clausula de punições, que pode gerar descontos com variação de 10% a 20%, definidos pela “Comissão de Integridade”, agregando um novo item que já havia sido questionado anteriormente, que é o conflito de interesses.
A lógica do reunir para constar
Obtivemos informações que esses critérios teriam sido construídos bilateralmente nas reuniões com a FUP. Infelizmente, esse ponto não pôde ser devidamente esclarecido, já que, além de ter sido apresentado no final da reunião, o representante da empresa, Fabrício Pereira, abandonou a sala de debate, finalizando a reunião por ter sido interpelado de maneira enérgica pelos dirigentes após disponibilizar um prazo exíguo para resposta, no caso quinta-feira (22), e ter afirmado que a “empresa dava muitos benefícios” e que ele estava “muito feliz” em poder apresentar mais uma proposta de valorização da força de trabalho. Fabrício disse ainda que a empresa cumpria sua obrigação de sentar e apresentar uma proposta, conforme acordado no ACT.
O balanço que pode ser feito depois dessa reunião é que a direção da Petrobrás segue com sua política de não relevar qualquer sugestão, indicativo, ou dar qualquer abertura para qualquer tipo de negociação, da mesma forma que tem feito nas últimas negociações de ACT. O que se viu nesta terça, como sempre se vê, não foi uma mesa de negociação, e sim uma apresentação unilateral, impositiva que mostra bem como atual direção da companhia reverbera o comportamento autoritário do governo Bolsonaro. Hoje, a Petrobrás gera lucros para seus acionistas e seus chefões, e seguindo o receituário neoliberal do ministro Paulo Guedes, ao fazer com que sua força de trabalho se contente com esmolas e que se vire com “as granadas colocadas em seus bolsos”, como no caso da nova relação de custeio da AMS.
Por isso, é necessário unificar a luta da categoria para repudiar esta proposta e defender uma PLR digna para todos!
28 de outubro é dia de luta
Entidades, representantes dos funcionários públicos e trabalhadores das estatais estão articulando um dia, o 28 de outubro, para lutar contra a reforma administrativa e contra as privatizações.
Nesse dia, também serão realizados protestos contra as punições que vêm acontecendo na Petrobrás, inclusive na REGAP. Obviamente, um dia para protestar também contra essa proposta indecente de PLR.
Já no próximo sábado (24) vai ser realizada a “Plenária Nacional Online em Defesa do Serviço Público e das Empresas Estatais”, que recebe inscrições neste link
Após a inscrição, você receberá um e-mail de confirmação contendo informações sobre como entrar na reunião.
Todos os trabalhadores e trabalhadoras, toda a sociedade unida em uma grande luta!