O Sindipetro-RJ integra e promove, nesta terça (10), uma Mesa Redonda sobre a Intervenção Militar Federal no Rio de Janeiro.
No atual contexto de retirada de direitos, privatizações e desmonte da Petrobrás e do Estado brasileiro, as ações de recrudescimento da violência por parte do Estado em uma suposta guerra às drogas que só afeta aos pobres, a Intervenção Militar Federal é ensejada como mais um item no pacote de maldades do governo Temer de seu “reformismo” neoliberal.
A ideia de convencer-nos, como faz a grande imprensa, de que a intervenção se justifica pela violência do crime organizado esconde o fracasso da política econômica que destrói e sucateia a máquina administrativa do Estado do Rio de Janeiro, com atrasos de salários de servidores ativos e inativos, com a imposição de programas de privatização (CEDAE) e desinvestimentos da cadeia produtiva da indústria do petróleo, como faz a atual gestão da Petrobrás.
Segundo o IBGE, o Rio de Janeiro teve entre 2014 e 2017 um crescimento de 157% no desemprego passando de 494 mil em 2014, para 1,2 milhão de desempregados em 2017. Ainda segundo o levantamento divulgado em fevereiro de 2018, hoje a taxa de desemprego no estado é de 14,9%. Somado a esse contexto é preciso também explicar essa situação a partir da pilhagem feita aos cofres estaduais nas gestões de Cabral e Pezão, que usaram a Copa do Mundo 2014 e a Olimpíada 2016 para justificar as falcatruas da sua turma do PMDB liderada na ALERJ, por Jorge Picciani.
Um ponto destacado pela pesquisa é o total de pessoas em desalento, que desistiram de procurar emprego no Brasil. Esse número bateu recorde no último trimestre de 2017, indicando que o mercado de trabalho não consegue reagir à falsa recuperação da atividade econômica após dois anos de recessão.
Equacionamento Petros e o desmonte
A Petrobrás, além disso, ataca sua força de trabalho e inativos com ações que inviabilizam, por exemplo, o fundo de pensão dos petroleiros, o Petros, propondo um equacionamento inviável de R$27,7bi, alterações no Benefício Farmárcia, seu modelo de custeio de medicamentos e possível fim da AMS na aposentadoria, com a aprovação da Resolução 23. E ainda com demissões e retirada de direitos de trabalhadores terceirizados Ainda temos o anúncio de fechamento e venda das FAFENs e entrega de 25% do refino feitas recentemente pela direção da empresa. Diante deste cenário que a categoria petroleira vive na Petrobrás se faz necessária uma mobilização dos sindicatos petroleiros em torno da defesa de seus direitos e da própria Petrobrás. Por isso, é preciso articular um calendário de lutas precedido de uma grande articulação nacional contra todo esse processo de desmonte de e retirada de direitos.
Plenária de Lutas
O colegiado da diretoria do Sindipetro-RJ aprovou uma resolução para articular uma plenária no próximo dia 19 de abril para, com outros sindicatos, associações e movimento social, discutir a crise político econômica do Estado do Rio de Janeiro e a atual conjuntura de desmonte das estatais , e claro, da Petrobrás. A ideia também é relançar a campanha ‘Todo o Petróleo Tem que ser Nosso’ pela defesa da Petrobrás 100% estatal e do monopólio da empresa na exploração dos hidrocarbonetos.
(Versão do impresso Boletim 64 do Sindipetro-RJ)