1) Conjuntura e Independência
O Sindipetro RJ / A FNP buscará a construção de um polo classista e independente, com diversas categorias e entidades, e ser vanguarda na luta contra o arcabouço fiscal, a taxa de juros, o marco temporal, contra qualquer forma de opressão, pela anulação das privatizações e retomada dos ativos e pela revogação das reformas trabalhistas e previdenciária, resguardando sua autonomia em relação a movimentos e entidades controladas pelas direções atreladas ao governo, que tentem compartimentar e/ou desviar as mobilizações para servirem como base de apoio a políticas de qualquer governo ou patrão.
O Sindipetro RJ / A FNP cerrará fileiras, em unidade de ação, com todos os movimentos e entidades contra qualquer articulação ou iniciativa golpista da ultradireita, pela manutenção do governo eleito, sem que isso signifique apoio político ao mesmo.
Nossa luta cotidiana é para acabar a exploração, conquistando cada vez mais direitos e salários, que estão muito longe dos ganhos do Capital. Nossa postura deve ser sempre exigir melhores salários e aposentadorias, mais direitos e condições de trabalho, segurança e saúde, zero discriminação, opressão ou assédio, cada vez mais medidas a favor dos trabalhadores e que proteja o patrimônio do povo. Nossas exigências são mediadas apenas pela correlação de forças e não pela parceria com o RH, pela colaboração com um governo ou partido ou menos ainda para ajudar a gerir e resolver os problemas do Capital. Toda concessão feita pode ser ainda maior com o crescimento da luta.
O Capital – e seus representantes nos governos e gestões – sempre concede aquém do que alega ser “possível”. Portanto, não é função desta entidade exaltar ou elogiar – menos ainda exagerando seus impactos – qualquer medida aparentemente “progressiva”, senão apontar seus limites e exigir avanços dentro da realidade e da correlação de forças. Mas não podemos adotar como postura buscar as mínimas concessões para fazer apologia e fingir que não vemos a boiada passando pelo outro lado.
Entendemos a independência política de nossa entidade como condição para não rebaixarmos nossas pautas e para aprofundar a organização da base da categoria em prol da luta pelos direitos da categoria e de toda classe trabalhadora, confiando na força da mobilização.
2) Unidade para lutar
O Sindipetro RJ / A FNP buscará articular as direções dos sindicatos e federações e buscar ao máximo construir pautas e movimentos unitários. Propomos pautas e reuniões de negociação conjuntas, calendário único, comando unificado eleito nas bases, decidir conjuntamente quando entrar ou sair da greve etc.
– A unidade de ação é para lutar pelas bandeiras da categoria e não para enrolar e paralisar a categoria. A duração e métodos da luta devem ser definidos pela base e de acordo com a correlação de forças e não por entendimentos “por baixo dos panos” com o RH.
– Entendemos que a unidade nacional dos petroleiros só vai acontecer superando a atual política da direção da FUP/CUT, por isso deve ser construída pela base e não apenas em reuniões de cúpula sindical, envolvendo o conjunto da categoria nas discussões e nas decisões.
3) PPI – Sem reestatização não haverá preço acessível aos trabalhadores
É evidente que a maioria da população está comemorando a revogação do PPI, pois caminhoneiros, motoristas de aplicativos e a classe trabalhadora em geral não aguentam mais pagar essa criminosa conta.
Entretanto, diferentemente dos sindicalistas atrelados ao governo, não podemos esconder os limites dessa medida, passando informações falsas, como se os preços tivessem retornado aos patamares anteriores ou estivesse garantida a comida barata na mesa do trabalhador.
Em primeiro lugar, é impossível “abrasileirar” os combustíveis, como disse o presidente da Petrobras, numa empresa desnacionalizada como é hoje. Em segundo lugar, a companhia teria que anunciar que agora os preços estarão lastreados somente nos seus custos de produção.
Ainda assim, isso não seria uma tábua de salvação. É mais um slogan de campanha do que uma política definida e aplicável por si só. “Abrasileirar” o preço dos combustíveis, alimentos, transporte ou a conta de luz é insuficiente para libertar os trabalhadores da lógica privada, dos agentes do mercado financeiro.
É impossível, portanto, que somente a revogação do PPI liberte o povo brasileiro da exploração privada. Na verdade, “abrasileirar” o preço dos combustíveis sem reestatizar a distribuição dos derivados (responsável por 46,5% do preço do gás, 16,6% da gasolina e 20% do diesel) é o que explica que, mesmo com o fim do PPI, a tendência é que o preço do gás de cozinha fique na casa dos R$ 100,00, um preço injusto.
Sem reestatizar as refinarias da Petrobras e os ativos de exploração, produção, transporte e comercialização não haverá preço acessível para os trabalhadores.