Vendida como ferro-velho em pregão eletrônico, em 2019, numa das muitas destruições comandadas pela gestão bolsonarista, a valiosa Balsa Guindaste e de Lançamento (BGL-1) encontra-se hoje ancorada, em absurdo desuso, na Baía de Guanabara
A explicação para o interesse dos privatistas em vender o ativo é simples: a BGL-1, uma indústria móvel com capacidade de realizar inúmeros serviços, como, por exemplo, o tracionamento de uma coluna num gasoduto submarino, era a maior do gênero em atividade na América Latina, referência única no setor e balizava os preços de todas as concorrentes da Petrobrás ou prestadoras de serviços que a própria estatal viesse a contratar.
Privatização apressada
Em junho de 2019, a Petrobrás anunciou a venda da BGL-1, da BGL-2 e de mais cinco outras balsas de serviços.
O Sindipetro-RJ promoveu várias atividades para protestar e divulgar o disparate do desinvestimento, denunciando a hibernação e o sucateamento que vieram a facilitar a privatização.
A representação sindical ainda sugeriu à Petrobrás a possibilidade de arrendamento da BGL-1 ao invés da sua alienação, mas a direção, na época, não quis nem debater o assunto.
Afoitos, em setembro de 2019, poucos meses após o anúncio da venda, os privatistas realizaram pregão eletrônico internacional e entregaram a BGL-1, que desde então passa a maior parte do tempo ancorada na Baía de Guanabara.
Aposentados na luta
Durante o Ato unificado no Dia Nacional do Aposentado (24/01), em frente ao EDISEN, o Sindipetro-RJ conversou com ex-trabalhadores da BGL-1, que estão aposentados. Para eles, este é o momento de haver luta para a retomada da BGL-1 pela Petrobrás.
Segundo Enaldo Barcellos Rego, que integrou a equipe da BGL-1 por 20 anos, “a Balsa deveria ser retomada pela Petrobrás, pelo menos para voltar a ser um instrumento de balizamento de preços”.
“Nenhum outro equipamento é capaz de realizar as mesmas obras feitas pela BGL-1”, afirmou Fábio Alves de Almeida, que trabalhou na BGL entre 2002-2014.
Para Lucio Heleno, também petroleiro aposentado e ex-BGL-1 entre 2002-2017, “a Petrobrás hoje está nas mãos de empresas terceirizadas que, inclusive, desconhecem o litoral brasileiro”.
Veja o bate-papo do diretor Antony Devalle com os petroleiros aposentados da BGL-1, que também repercute os problemas causados pelos equacionamentos Petros:
Outros vídeos sobre a BGL-1:
Leia mais sobre a importância do equipamento para a Petrobrás: https://sindipetro.org.br/bgl-1-um-ativo-que-precisa-ser-conhecido-e-mantido-na-petrobras/