Apesar do curto tempo disponibilizado pela presidente em primeiro encontro com a entidade, a diretoria da Federação Nacional dos Petroleiros expôs os problemas mais críticos e urgentes, com destaque para teletrabalho, Petros, novo plano de cargos e salários, além da reavaliação das demissões, punições e ações jurídicas contra diretores sindicais
A diretoria da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se reuniu hoje (05/08) com a nova presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, para tratar das pautas de interesse da categoria petroleira nessa nova gestão da empresa.
Essa era uma reunião que deveria ter ocorrido em meados de junho, mas que não foi possível devido a reuniões excepcionais de Magda com o presidente Lula, à época.
Infelizmente, mais uma vez, a presidente da Petrobrás não pode cumprir a agenda por completo com a FNP, tendo se ausentado após pouco mais de 30 minutos de reunião – a ideia inicial, era de que a Federação teria 45 minutos e Magda Chambriard outros 45 minutos.
Segundo a assessoria da Petrobrás informou instantes antes da reunião, que aconteceu por volta das 17h, a presidente teve um novo compromisso inesperado para tratar em Brasília.
De todo modo, os dirigentes sindicais se reorganizaram com o pouco tempo de explanação para sintetizar os principais pontos da carta enviada previamente à nova presidência da Companhia.
Durante a intervenção, a FNP destacou ainda temas prementes que tem mobilizado a categoria, tais quais teletrabalho, Petros, o novo plano de cargos e salários, além da reavaliação das demissões, punições e ações jurídicas contra entidades e diretores sindicais.
Após a saída de Magda, quem conduziu o encontro foi Clarice Coppetti, diretora executiva para assuntos corporativos da Petrobrás.
A Carta
Na carta, a Federação Nacional dos Petroleiros reiterou que coloca à disposição o quadro técnico, jurídico e político da organização.
A FNP destacou a esperança que os trabalhadores possuem na reconstrução da Petrobrás e em políticas de valorização para aqueles que de fato produzem a riqueza da maior empresa do país. O documento reafirma a independência da Federação Nacional dos Petroleiros em relação aos governos e empregadores. “As mudanças necessárias passam pela mobilização da classe trabalhadora”, enfatiza o texto.
Apostando nesse novo momento de diálogo, a FNP apresentou uma série de propostas à gestão de Magda Chambriard, abordando questões cruciais, como a interrupção imediata da venda de ativos (além da revogação dos processos de venda em curso), a incorporação das subsidiárias (Transpetro, PBIO e TBG) à holding e a mudanças na política de preços dos combustíveis, que se desvincule dos valores internacionais, tendo como base o custo de produção interna.
A FNP ainda enfatiza a necessidade da retomada dos investimentos, incluindo a construção de sondas e plataformas próprias no Brasil, bem como a conclusão de grandes projetos como o COMPERJ, e a modernização e ampliação das refinarias, plataformas e terminais.
A FNP explica à presidente que também defende a soberania tecnológica da Petrobrás, de modo que a nova gestão execute ações para fortalecer o Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez (CENPES) e valorize a pesquisa interna.
Ainda foi ressalta a importância da democracia interna e a liberdade sindical na Petrobrás, com medidas para garantir a transparência nas reuniões, evitar a perseguição de dirigentes sindicais e incentivar a sindicalização dos empregados.
A Federação Nacional dos Petroleiros também faz menções aos problemas da Petros e da AMS, como o pagamento de dívidas, a valorização dos aposentados e pensionistas e a melhoria nos atendimentos.
A FNP ainda apresentou uma série de propostas para a gestão do Sistema Petrobrás, incluindo políticas de isonomia, melhorias nas condições de trabalho, reestruturação e valorização dos trabalhadores, tal como a interrupção da terceirização e a revisão dos modelos de contratos.
A carta apresenta 10 PONTOS PARA UMA PETROBRÁS VOLTADA PARA OS BRASILEIROS, que ressalta a necessidade de se acabar de vez com o PPI, diminuir a margem de lucro da empresa para garantir preços justos nos combustíveis, assim como a reserva de parte do lucro para o investimento na transição energética, que viabilize ações de preservação ambiental e a construção de uma matriz renovável que proteja o planeta.
Nos anexos da carta, a FNP ainda trata sobre a incorporação da PBIO, deliberações do Sindipetro PA/AM/MA/AP sobre a exploração da Margem Equatorial, TBG, retomada de projeto de memórias dos trabalhadores e a regulamentação do teletrabalho na Companhia.
Leia a carta na íntegra: Carta FNP – Presidente Magda