Postagens publicadas na página do Sindipetro-RJ no Facebook, que tratam de informações sobre o andamento do ACT, estão recebendo comentários idênticos , que se repetem em outras postagens, talvez configurando-se como prática de robôs.
Neste caso, o uso de serviços de robôs teria o claro objetivo de instigar empregados da Petrobrás a aderir a esse movimento, especialmente diante das muitas mentiras veiculadas pela direção da empresa.
Ao se visitar alguns desses perfis daqueles que comentaram, verifica-se que apresentam poucas fotos, nenhuma interação com outros usuários, e o principal, sem relação alguma com a Petrobrás como empregado.
Em uma entrevista para a BBC Brasil, Pablo Ortellado, professor da Universidade de São Paulo (USP) explica: “Os robôs são programas que postam coisas automaticamente. Têm um repertório de contas falsas, que são operadas por uma máquina “. Segundo Ortellado “Existem softwares e programas para isso, é possível criar contas e alimentar o programa com os conteúdos que elas devem disseminar. “Você vai escrevendo várias mensagens, simulando que é uma pessoa. Aí, a cada 2, 3 minutos, o programa publica o conteúdo de forma alternada entre os perfis”- diz o especialista na reportagem. Esse período de tempo foi constatado nos comentários publicados em nossa página no Facebook.
Personas em ação
Ao usar diferentes perfis falsos, que são chamados de “personas”, é simulada uma realidade de pessoas comuns em detalhes: profissão, história familiar, hobbies. As mensagens que elas publicam refletem as características criadas. Perfis que expõem fotos de viagens, práticas esportivas e jardinagem, características que a nossa reportagem identificou no caso em questão.
Também em entrevista à BBC Brasil, sobre a atuação de usuários nas redes sociais, Fabrício Benevenuto, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) explica que o conceito “ Comportamento de Manada” , em referência ao comportamento de animais que se juntam para se proteger ou fugir de um predador. Aplicado aos seres humanos, refere-se à tendência das pessoas de seguirem um grande influenciador ou mesmo um determinado grupo, sem que a decisão passe, necessariamente, por uma reflexão individual.
“Se muitas pessoas compartilham uma ideia, outras tendem a segui-la. É semelhante à escolha de um restaurante quando você não tem informação. Você vê que um está vazio e que outro tem três casais. Escolhe qual? O que tem gente. Você escolhe porque acredita que, se outros já escolheram, deve ter algum fundamento nisso” – conta. Quem assistiu o filme “Privacidade Hackeada”, vai perfeitamente entender como se dão essas ações na cooptação e agregação dos desinformados.
GSI de olho nos petroleiros
Convém lembrar, conforme matéria da Folha de São Paulo publicada em 14 de setembro, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) estaria monitorando o processo de negociação dos petroleiros com a Petrobrás.
Segundo a Folha, o GSI pediu informações sobre a negociação na Petrobrás ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), que media a negociação entre estatal e petroleiros.
“No dia 2 de setembro, conforme consta da agenda oficial do general, houve uma reunião entre ele e ministros do TST. Heleno recebeu, no Palácio do Planalto, o presidente da corte, ministro João Batista Brito Pereira, e o vice-presidente, ministro Renato de Lacerda Paiva” – Olho vivo, pois a guerra híbrida é uma realidade imposta à categoria petroleira!